Líderes do Partido dos Trabalhadores lamentaram, nesta terça-feira (13), a morte do ex-presidente do Uruguai,José “Pepe” Mijuca, um dos grandes nomes da esquerda na América Latina e no mundo. Ele estava internado com um câncer que enfrentava desde o ano passado e o quadro de saúde se agravou em razão de uma doença imunológica. A partida de Mujica entristece a América Latina, mas deixa na memória e nas conquistas sociais seu enorme legado social e político.
O presidente do PT, senador Humberto Costa, destacou que as lutas de Mujica não serão esquecidas. “Pepe Mujica foi inspirador. Um homem-coração que tinha o sentimento das mais lindas causas humanas e sociais pulsando vivamente. Elas eram seu oxigênio, ele as respirava. Sua luta jamais será esquecida. Foi um guerreiro incansável em vida. Morreu dignamente. Mujica presente”, escreveu o senador.
Mijuca nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Na década de 60, tornou-se membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, que ganhou ascensão antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973.
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Mujica foi ferido quatro vezes em confrontos com forças policiais. Escapou duas vezes da prisão e foi detido em 1972. Ele passou 15 anos detido, e sofreu inúmeras torturas e violações de direito. Após isso, fundou o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP) e foi eleito deputado em 1994. Em 2010, foi eleito presidente do Uruguai.
Inspiração
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, destacou que o exemplo de Mijuca inspira todas as gerações. “Hoje o nosso guerreiro precisou descansar, mas o seu exemplo seguirá inspirando as futuras gerações. Que Pepe Mujica descanse em paz. Mujica, presente”, disse.
O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo, destacou que o ex-presidente uruguaio lutou por um mundo melhor. “O que é dar sentido à vida? Para Pepe Mujica e para mim, é lutar por um mundo melhor. E foi isso que ele, o maior líder humanitário do nosso tempo, fez, durante seus 89 anos de vida”, publicou ele nas redes sociais.
O ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ressaltou a longa amizade do político com o Brasil. “Durante seu governo, Mujica fortaleceu os laços com o Brasil e defendeu a integração regional com coragem e sensibilidade. Foi um líder que nos ensinou que política se faz com valores, e não com vaidades. Seu legado seguirá inspirando gerações”, destacou.
Itamaraty
Por meio do Itamaraty, o governo Lula lamentou a perda e destacou que Mujica uniu a América Latina. “Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas”, afirma o texto.
O texto relembra uma homenagem do presidente Lula ao companheiro Mijuca. “Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou “Pepe” Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os presidentes com quem conviveu”, reforça o Ministério.
Da Redação