O artigo Brasil Plurinacional: um caminho para o reconhecimento real da diversidade indígena publicado no sítio Correio da Cidadania, no dia 30 de abril, mostra que um dos objetivos do imperialismo é dividir o Brasil, e para usa se utiliza das ONGs e do movimento identitário.
No início já encontramos uma falsificação, de que existe um tal “paradoxo jurídico da generalização indígena”. Diz que o artigo 231 da Constituição “trata os povos indígenas como um coletivo genérico, ignorando muitas vezes a diversidade de línguas, modos de vida e organizações sociais”, mas o próprio parágrafo traz que são “mais de 300 povos distintos no território brasileiro”. O que eles queriam? Que a Carta fizesse mais de 300 distinções?
É natural que se faça uma generalização, o mesmo se aplica ao movimento negro, feminista, etc. O movimento dos trabalhadores, por exemplo, abarca os demais, pois é a unidade que faz a força da luta das classes oprimidas.
No Brasil, o índio, tem que ser visto principalmente como um trabalhador pobre sem-terra, dada a luta que travam por demarcação, e enfrentamento com os latifundiários e seus pistoleiros. Portanto, é falsa a questão levantada que diz que “se o Estado trata os povos como um único sujeito de direito? Deve-se escutar todos os povos individualmente ou considerar uma representação genérica?”. Não existe a menor dificuldade em escutar quem quer seja individualmente.
A falsificação do texto é evidente, ou teríamos que criar mais de trezentas Funais, mais de trezentos “Estados” e isso é inconcebível, ainda que seja o sonho do imperialismo.
Dividir para conquistar
Os Estados Unidos, ainda que não seja o único, sempre sonhou em dividir o Brasil. Figuras ligadas à CIA e ao Departamento de Estado já deixaram claro que o problema do País é um problema. Diziam não poder permitir uma nova “China” na América Latina.
Devido a seu tamanho, o Brasil concentra uma gigantesca quantidade de recursos e riquezas naturais, cobiçadas pelos países imperialistas. Outro fator, igualmente importante, é o Brasil, por suas dimensões, tem o poder de aglutinar o subcontinente e se tornar uma força expressiva em contraposição ao domínio americano.
O texto diz que temos que aprender com Bolívia e Equador, e afirma: “a plurinacionalidade é uma proposta de reorganização do Estado que reconhece a existência de várias nações dentro de um mesmo país. Bolívia e Equador são exemplos paradigmáticos na América do Sul. A nova Constituição boliviana, de 2009, declara a Bolívia como um ‘Estado plurinacional comunitário’, reconhecendo 36 povos indígenas como nações com autonomia política, territorial, jurídica e cultural”.
Não é preciso fazer muito esforço para saber que Bolívia e Equador são países constantemente acossados pelo imperialismo norte-americano que sofreram recentemente tentativas de golpe. No Equador acabamos de assistir uma fraude eleitoral, um verdadeiro golpe de Estado. O país basicamente se tornou uma sucursal dos EUA na América do Sul. A Colômbia já se tornou e o Peru caminha a passos largos.
No Chile, os Mapuches foram usados eleitoralmente pelo identitário Gabriel Boric e hoje sofrem todo o tipo de ataques. São atacados por madeireiros, indústrias e pelo próprio Estado. Suas lideranças são frequentemente assassinadas e suas terras são griladas. Serem tratados como etnia só os enfraqueceu, tornado-os alvos mais fáceis.
A pequena-burguesia bem-pensante dirá que se trata da defesa de um direito, mas é assim que se aprovam as piores coisas: visando o bem. Foi assim com o Ato Patriota nos EUA, que basicamente aboliu a Quarta Emenda da constituição americana que diz: “a garantia do povo de estar seguro em seus corpos, casas, papéis e bens contra buscas e apreensões injustificadas não será violada; mandados só serão expedidos com causa provável, mediante juramento ou afirmação, e especificando claramente o local a ser revistado e as pessoas ou coisas a serem apreendidas”.
Também no Brasil, e muito por pressão do identitarismo, novas punições são criadas e a censura está fora de controle. Tudo em nome de “proteger as pessoas” e “salvar vidas”.
Historicamente, o imperialismo promoveu divisões onde pode. O Paquistão e a Índia, por exemplo, que hoje estão em conflito, é fruto de uma divisão artificial. A antiga Iugoslávia sofreu um dos piores e mais criminosos bombardeios da história e dividida em várias partes.
O conflito na Ucrânia também é fruto dessa política, o cerco da OTAN, isso nunca foi escondido, visava a fragmentação da Rússia e vários Estados menores, o que facilitaria o controle de suas fontes de gás, petróleo e minérios.
A China é alvo da tentativa de divisão por parte do imperialismo. Atacam a questão de Taiuan e também de Xinjiang, usando para isso a “pluranacionalidade” e supostas violações de direitos. Esta região tem gasoduto, é rica em carvão, urânio, produção agrícola e faz fronteiras importantes com a Caxemira, Rússia, Afeganistão e mais alguns. Ou seja, é um ponto super estratégico cuja perda enfraqueceria enormemente economia chinesa.
Obs.: Recentemente, o imperialismo esteve pressionando a Volkswagen para fechar sua fábrica em Xinjiang, o que prova que não se preocupa com o bem-estar de ninguém, apenas faz demagogia.
Projeto civilizatório da CIA?
O artigo diz que no Brasil “mais do que uma reforma jurídica, a plurinacionalidade é um projeto civilizatório”. E que “o conceito de Estado plurinacional vem ganhando força sobretudo entre lideranças indígenas, intelectuais e movimentos sociais. Em 2022, o Instituto Socioambiental (ISA) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)”.
O ISA recebe financiamento estrangeiro, entre seus doadores estão: Fundação Ford (EUA), Open Society Foundations (EUA / George Soros), SwedBio (Suécia), Rainforest Foundation Norway (Noruega), European Climate Foundation (Reino Unido/EU), Wetlands International, Rockefeller Brothers Fund, Tides Foundation (EUA).
A APIB, que tem à sua frente Sônia Guajajara, também recebe dinheiro dessa gente que, dentre outras barbaridades, apoia ou não faz nada contra o genocídio em Gaza. Portanto, podem estar preocupados com tudo, menso projetos civilizatórios.
Muitas dessas instituições são fachadas da CIA, a central de inteligência americana, como a Fundação Ford, que Sônia Guajajara teve que admitir em uma entrevista que foi quem financiou uma viagem sua a diversos países da Europa, pois seria muito caro para pagar.
Coincidentemente, Guajajara fez sua carreira militando contra a construção da Usina de Belo Monte, ou seja, contra o Brasil e contra quem vive na Região Amazônica, que sem eletricidade vai ficando cada vez mais longe da civilização.
Traidores
Esses que se dizem “civilizatórios” são, na verdade, agentes do imperialismo infiltrados. Eles agem contra o Brasil e contra os interesses, inclusive, dos povos indígenas, que com uma eventual separação se tornarão um alvo fácil para todo tipo de aproveitadores.
É preciso combater esses inimigos dos trabalhadores e tratá-los como o que realmente são: traidores.
A classe trabalhadora e a esquerda de conjunto, tem que lutar por um único Brasil. E, muito mais, pela unidade de toda a América Latina em uma grande nação, isso nos fortalecerá e nos tornará mais capazes de enfrentarmos o pior inimigo da humanidade e dos povos: o imperialismo.