O vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol Fernando Sarney acionou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira 12, com mais um pedido para afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade.
Ele pede a suspensão dos efeitos do acordo — homologado pelo Supremo Tribunal Federal — que assegurou a permanência de Ednaldo no cargo. Sarney repete o argumento de vício de consentimento na assinatura de outro vice da CBF, Antônio Carlos Nunes Lima, no acordo.
No documento, Sarney menciona até a contratação do italiano Carlo Ancelotti como novo treinador da Seleção Brasileira. Trata-se, segundo ele, de “uma tentativa de ’emparedar’ a atuação jurisdicional sobre a irregularidade de sua manutenção na direção da CBF”.
A ação solicita ao TJ-RJ a concessão de tutela de urgência para suspender imediatamente o acordo e tornar Sarney responsável por convocar uma nova eleição para os cargos diretivos da confederação.
Fernando Sarney já havia apresentado um pedido semelhante ao STF, mas o ministro Gilmar Mendes rejeitou a demanda.
O TJ-RJ ouviria Antônio Carlos Nunes de Lima nesta segunda para comprovar suas condições físicas e cognitivas, mas a oitiva foi cancelada por motivos de saúde.
O depoimento aconteceria após Gilmar mandar o TJ investigar a suposta falsificação da assinatura no acordo. Além de Sarney, a deputada federal Daniela Carneiro (União-RJ) levou os indícios de fraude ao STF.
A suspeita se baseia em um laudo assinado pela perita Jacqueline Tirotti, a concluir que “as assinaturas questionadas divergem do punho periciado do vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima em características personalíssimas e imperceptíveis”.
O acordo que reconhece a legalidade da vitória de Ednaldo em março de 2022 tem as assinaturas de cinco dirigentes — entre eles Antônio Carlos Nunes de Lima — e foi homologado pelo STF em fevereiro.
“São, portanto, deveras preocupantes as acusações que surgem com relação ao Sr. Ednaldo Rodrigues, o qual, além de se valer de pessoa que não goza da plena capacidade civil, pode também ter se utilizado de expedientes de adulteração de assinaturas”, afirmou Daniela Carneiro.