O Colégio Everest, em Brasília

Um caso de injúria racial envolvendo quatro alunos do ensino fundamental do Colégio Everest, localizado no Lago Sul, área nobre de Brasília (DF), está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. A vítima, um porteiro negro, afirma ter sido chamado de “macaco”, “fedorento” e “urubu” pelos estudantes da unidade.

O episódio teria ocorrido em setembro de 2024, mas só veio à tona publicamente na última semana. Apesar da gravidade da situação, o funcionário relata que não houve punição aos estudantes, e que ele foi pressionado a assinar uma ata que negava qualquer prática discriminatória.

O porteiro foi transferido para outra unidade e acabou demitido no último dia 7 de maio, menos de um ano após sua contratação. De acordo com depoimento à 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul, a orientadora pedagógica da escola tentou diversas vezes alertar a direção sobre o ocorrido e exigir providências, mas sem sucesso.

Onze dias depois, a própria orientadora foi desligada da instituição. Segundo a vítima, apenas um dos pais foi comunicado, e o aluno confessou à orientadora que ele e três colegas haviam xingado o funcionário pela janela da sala de aula.

O caso foi registrado como injúria racial e também é apurado pelo Núcleo de Direitos Humanos (NHD) do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). Ex-funcionários e professores afirmam que episódios semelhantes já ocorreram anteriormente, e acusam a escola de racismo institucional e omissão sistemática.

Outra ex-funcionária também denunciou à polícia práticas discriminatórias no ambiente escolar. Ela relata que foi orientada a não falar sobre sua religião ou origem cultural, e repreendida ao tentar intervir em outras situações de racismo. Segundo ela, a exposição constante a episódios de desrespeito comprometeu sua saúde emocional, levando-a a fazer uso de medicamentos controlados devido a crises de ansiedade e depressão.

Em nota oficial, o Colégio Everest alegou que as imagens de segurança foram analisadas e que “não há provas de que os alunos tenham cometido qualquer ato discriminatório”. A instituição também afirmou que “nenhum aluno foi individualmente acusado” e que os envolvidos “são crianças de apenas 11 anos, em fase de formação”.

Sobre a demissão do porteiro, a escola negou qualquer relação com a denúncia de racismo, justificando a dispensa por motivos “disciplinares e operacionais”.

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Last Update: 12/05/2025