A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou nota neste domingo (11) acusando o presidente Lula de “antissemitismo” por ter afirmado o óbvio: que o Estado de “Israel” está promovendo um genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Segundo Lula, trata-se de um massacre “de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas”. E é exatamente isso que se vê todos os dias.
A declaração do presidente não é novidade. Ele já havia denunciado antes o genocídio levado a cabo por “Israel”, mas agora, em entrevista concedida em Moscou (Rússia), reiterou a acusação. Como sempre, os porta-vozes do sionismo reagiram com o mesmo chororô de sempre, tentando esconder o banho de sangue com a velha carta do “antissemitismo”.
A Conib afirma que “acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo”. Mas Lula não acusou “os judeus” — ele acusou o Estado sionista, que, com bombas de fabricação norte-americana e apoio dos governos imperialistas do Ocidente, está exterminando mais de 53 mil palestinos, em sua maioria mulheres e crianças. A tentativa de confundir o regime genocida com o povo judeu é, na realidade, uma tática sionista de longa data para reprimir toda denúncia contra os crimes do Estado de “Israel”.
A retórica da Conib é canalha e criminosa. Querem blindar o sionismo das críticas ao esconder seus crimes atrás dos judeus, que, na verdade, têm sido uma das maiores vítimas do imperialismo e do sionismo.
Se há algo “lamentável e perturbador”, como diz a Conib, não é a denúncia de Lula, mas o silêncio cúmplice da imprensa brasileira diante do massacre em curso em Gaza. O próprio jornal Estado de S. Paulo, que publica a nota da Conib com destaque, não tem a mesma indignação ao noticiar que um hospital foi bombardeado, que uma escola cheia de crianças foi destruída, que milhares morrem sufocados sob os escombros.
A denúncia do genocídio deve se tornar ainda mais forte. O Estado de ‘Israel’ está matando deliberadamente o povo palestino. E isso, sim, é intolerável.