Walter Salles e Fernanda Torres se destacaram como os grandes nomes do cinema brasileiro nos últimos meses. Agora, os artistas foram eleitos as Personalidades do Ano na 22ª edição do prêmio “Faz Diferença”. A premiação, que reconhece os nomes que mais se destacaram em 14 categorias ao longo do último ano, será entregue em julho.
A escolha da dupla vem após a trajetória de sucesso internacional do filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Salles e protagonizado por Fernanda. O longa foi um fenômeno de crítica e público, conquistando mais de 40 prêmios ao redor do mundo, incluindo o Leão de Ouro de melhor roteiro no Festival de Veneza, o Globo de Ouro de melhor atriz e, principalmente, o Oscar de Melhor Filme Internacional — o primeiro do Brasil na história da premiação.
O reconhecimento pelo prêmio consolida uma maratona de sucesso que começou em setembro de 2024, no Festival de Veneza, e seguiu por diversos países e continentes. Além do Oscar, “Ainda estou aqui” venceu três Prêmios Platino, a mais importante premiação do cinema íbero-americano, nas categorias de melhor filme, direção e atriz.
A votação do prêmio “Faz Diferença” contou com jurados como os colunistas Ancelmo Gois, Lauro Jardim, Merval Pereira, Míriam Leitão, o diretor de Redação do Globo Alan Gripp e o presidente da Firjan Luiz Caetano Alves. A 22ª edição também premiará destaques em categorias como Economia, Esportes, Diversidade, Educação e Livro.
A obra adapta o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata a prisão e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar, além dos impactos vividos por sua esposa Eunice Paiva e seus filhos. No filme, Selton Mello interpreta Rubens, e o papel de Eunice é dividido entre Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
Segundo Walter Salles, o sucesso internacional só foi possível devido à força da história contada por Marcelo, à entrega do elenco e à universalidade emocional da narrativa. Já Fernanda destacou o trabalho coletivo e a dedicação em cada festival, sessão e entrevista, lembrando que o longa vendeu 5,8 milhões de ingressos apenas no Brasil.
Mais do que sucesso de bilheteria, o filme teve enorme repercussão nas redes sociais. Uma simples foto de Fernanda no perfil da Academia de Hollywood, em novembro de 2024, ultrapassou 2,9 milhões de curtidas e viralizou. O impacto digital foi decisivo para impulsionar o interesse internacional pelo longa e aumentar a audiência de eventos como o Globo de Ouro, que cresceu 9% em 2025.
Além do cinema, “Ainda estou aqui” tornou-se fenômeno cultural e locais de filmagem, como a casa na Urca e a Confeitaria Manon, viraram ponto turístico, e a Prefeitura do Rio anunciou interesse em transformar a casa usada no longa na futura Casa do Cinema Brasileiro.
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