Uma nota técnica divulgada nesta quarta-feira (7) por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) reacendeu o debate sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial. O documento, assinado pelos laboratórios LAGEMAR, GIECAR e GISIS do Departamento de Geologia e Geofísica, classifica a atividade como uma “oportunidade estratégica para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, ressaltando os potenciais ganhos em segurança energética, arrecadação pública e geração de empregos.


Transição com Realismo

Documento aponta riscos de desabastecimento e perda de soberania sem novas frentes exploratórias

O texto sustenta que os avanços tecnológicos e as práticas ambientais adotadas pela indústria hoje permitem uma exploração segura, em linha com padrões utilizados com sucesso em outras regiões do país — como as bacias de Campos e Santos — e por vizinhos como Guiana e Suriname, que exploram a mesma província geológica com retorno econômico crescente.

A Margem Equatorial, que abrange as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar-Mar, é apontada como altamente promissora do ponto de vista geológico. A nota destaca que, embora o Brasil esteja há mais de 17 anos autossuficiente na produção de petróleo, ainda depende da importação de derivados e gás natural. Com a produção do pré-sal próxima do pico, a abertura de novas frentes exploratórias é considerada crucial para evitar a necessidade de importar petróleo já a partir de 2034, garantir excedente para exportação e reduzir a vulnerabilidade energética.


Renda e Desenvolvimento Regional

Exploração pode ampliar empregos, tributos e redistribuir riqueza no Norte e Nordeste

Do ponto de vista econômico, os pesquisadores afirmam que a exploração pode impulsionar o desenvolvimento regional, gerando empregos, estimulando cadeias produtivas locais e ampliando a arrecadação de royalties e tributos — recursos que poderiam ser revertidos em políticas públicas especialmente em estados historicamente à margem da renda petrolífera, como Amapá, Maranhão e Pará.


Meio ambiente com base em evidências

Nota técnica contesta visão alarmista sobre riscos ambientais e destaca rigor tecnológico

A nota também contesta argumentos ambientalistas utilizados para justificar o veto ao licenciamento do poço no Bloco 59. Segundo os autores, perfurações anteriores em águas rasas da Margem Equatorial não apresentaram impactos ambientais mensuráveis. Para as áreas profundas atualmente em pauta, o documento destaca a adoção de tecnologias de ponta, como sistemas de detecção e contenção de vazamentos em tempo real, equipamentos de última geração como BOPs (Blowout Preventers), e gestão rigorosa de efluentes.

Estudos de modelagem oceânica e dados coletados por boias indicam que a dinâmica das correntes marinhas na região favorece a dispersão de eventuais resíduos, reduzindo significativamente o risco de impacto em áreas costeiras sensíveis. Os pesquisadores ressaltam que a segurança da operação depende de protocolos técnicos rígidos, monitoramento contínuo e planos de contingência bem estruturados — condições já presentes no setor brasileiro.


Ciência contra fake news ambientais

Recifes? Pesquisadores afirmam que imagens não são da área do bloco exploratório

Sobre a polêmica em torno dos chamados “recifes amazônicos”, o texto afirma que as imagens amplamente divulgadas na mídia não são da área do Bloco 59 nem da Bacia da Foz do Amazonas, e que os dados usados por algumas ONGs internacionais se baseiam em levantamentos rasos ou desatualizados. Estudos mais recentes indicam que as formações submarinas ali existentes são lajes carbonáticas descontínuas, colonizadas por organismos mesofóticos, e com área total reavaliada em 16.523 km² — o que contraria versões iniciais que sugeriam um sistema recifal contínuo e extenso.


Decisão estratégica

Para pesquisadores, veto ao Bloco 59 é injustificado e ignora experiência brasileira em águas profundas

Para os autores, o veto ao licenciamento exploratório no Bloco 59 não se sustenta tecnicamente e tampouco favorece o interesse nacional. “Trata-se de uma região com características semelhantes às que vêm sendo exploradas com sucesso por nossos vizinhos, com ganhos econômicos substanciais e sem registros de impactos ambientais significativos”, concluem. A Margem Equatorial, afirmam, não deve ser tratada como tabu ambiental, mas como uma oportunidade que, com responsabilidade técnica e rigor ambiental, pode contribuir para o futuro energético do país.

Leia a nota técnica completa abaixo:

Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo das entrevistas. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.

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Last Update: 10/05/2025