A Polícia Federal indiciou, nesta quinta-feira 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito sobre as joias sauditas recebidas entre 2019 e 2022. Ele foi enquadrado nos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato.
O indiciamento consta do relatório final da PF sobre o caso, encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Na sequência, o documento chegará à Procuradoria-Geral da República, que poderá ou não oferecer uma denúncia.
Além de Bolsonaro, a PF indiciou:
- Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia;
- Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social;
- Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
- José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
- Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
- Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Marcelo Vieira, ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência;
- Marcos Soeiro, ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid; e
- Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O indiciamento é resultado da Operação Lucas 12:2, deflagrada no ano passado para investigar um esquema de desvio de bens de alto valor entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro.
Segundo a PF, o montante obtido a partir da venda desses itens no exterior foi convertido em dinheiro em espécie e entrou no patrimônio pessoal dos investigados. Eles não utilizaram o sistema bancário formal, a fim de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores.
O nome da operação fazia uma alusão ao versículo 12:2 da Bíblia: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.