Nesta quarta-feira (7), as Brigadas al-Qassam, ala militar do Hamas, anunciaram o início de novas operações militar com o nome “Portões do Inferno”, destinadas a combater a invasão israelense contra a Faixa de Gaza, em especial a tentativa de “Israel” de ocupar completamente a cidade de Rafá, sul do enclave, fronteira com o Egito.
Ao lançar a série de operações, as brigadas do Hamas declararam que “Rafá, após um ano de batalha, tem sido — e continua sendo — um lugar que dispersa suas forças [de ‘Israel’] e captura suas almas [dos invasores sionistas]“. “Que os Portões do Inferno se abram amplamente [aos invasores]”, declaram combatentes do Hamas, igualmente exortando “que cada casa e viela em Rafá se torne uma bomba-relógio, que ceifa as vidas de suas forças de elite“.
No mesmo dia, várias operações foram realizadas, eliminando e feridos vários invasores israelenses. Uma das ações dos combatentes das Al-Qassam foi “uma emboscada complexa visando soldados e veículos inimigos na área da Mesquita Al-Zahraa, no bairro de Al-Jeneina, leste da cidade de Rafá, no sul da Faixa de Gaza”.
Em vídeo da preparação e da execução da emboscada, os combatentes palestinos informaram que “após estudar os movimentos e comportamentos do inimigo, o local da emboscada foi selecionado, a zona de morte identificada e um plano elaborado para atrair as forças inimigas. A liderança confirmou a seleção dos alvos e a diretiva para eliminá-los“.
Eles seguem detalhando a operação militar: “a emboscada complexa começou com vários combatentes emergindo de um túnel preparado para confrontar os soldados inimigos presentes no local. Nossos combatentes enfrentaram os soldados a curta distância usando armas apropriadas. De acordo com o plano, os combatentes recuaram para dentro do túnel para atrair os soldados inimigos. Assim que os soldados chegaram à entrada do túnel, este foi detonado, causando mortes e ferimentos entre eles“.
Conforme o vídeo divulgado, à marca de 1:57, é possível ouvir gritos dos invasores israelenses, após terem caído na armadilha. Veja:
Esta emboscada resultou na morte de um oficial das forças de ocupação, Noam David, bem como de Yahoo Srour, um soldado israelense da unidade “Yahalom” do corpo de engenharia de combate.
Em outro momento do vídeo divulgado pelas Al-Qassam, são vistas forças de resgate avançando para recuperar os mortos e feridos. Logo após, vê-se os combatentes palestinos alvejando um tanque “Merkava” das forças de resgate usando um projétil Al-Yassin 105, míssil de fabricação local, que também foi utilizado para alvejar um trator militar D-9, que também fazia parte da operação de resgate dos sionistas.
Mas esta não foi a única operação do Hamas no dia.
Ainda na quarta-feira, ao menos outras duas operações militares foram realizadas como parte da série de operações “Portões do Inferno”.
Uma delas também ocorreu “perto do cruzamento de Mashrou, a leste de Rafá, no sul da Faixa de Gaza”, onde os combatentes do Hamas “alvejaram uma força sionista entrincheirada dentro de uma casa […] com dois projéteis TBG”, ataque que resultou resultou em invasores israelenses mortos e feridos. Logo após, os combatentes das Al-Qassam “avançaram em direção à casa alvo e eliminaram os remanescentes da força à queima-roupa com suas armas leves”.
A outra operação militar se deu quando os “combatentes Qassam atacaram uma força de infantaria sionista de sete sionistas com um dispositivo altamente explosivo nas proximidades da Mesquita Omar bin Abdul Aziz, no bairro de Al-Tannour, a leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza”. No comunicado, as Brigadas al-Qassam informaram que “nossos combatentes observaram os restos mortais de vários soldados da ocupação espalhados pela área”.
Já na quinta-feira (8), novas operações foram realizadas.
Em uma delas, “vários soldados das forças israelense de ocupação foram mortos e feridos, alguns em estado grave, após a resistência detonar um prédio em cima de um grupo de soldados”, conforme noticiado no portal de notícias Resistance News Network (RNN). Após esta nova emboscada, “vários helicópteros foram enviados para evacuar os mortos e feridos”. Durante o resgate, os invasores israelenses enfrentaram “dificuldades para evacuar os mortos e feridos do local do incidente de segurança devido à intensidade dos combates”.
Apesar de “Israel” estar censurando detalhes sobre o revés, fontes israelenses confirmaram a morte de dois soldados sionistas da Brigada “Golani” em decorrência da emboscada. Outros cinco ficaram feridos.
Por fim, outra operação bem sucedida foi anunciada em informe das Brigadas al-Qassam. Os combatentes palestinos “atacaram uma força de engenharia sionista composta por 12 soldados que se preparavam para realizar um bombardeio dentro de uma casa perto do cruzamento de Al-Fida’i, no bairro de Al-Tannour, a leste de Rafá, ao sul da Faixa de Gaza”.
Informando os detalhes técnicos da operação, as Brigadas relataram que “a operação foi realizada com dois projéteis antipessoal e antitanque, causando uma enorme explosão dentro da casa e resultando em mortos ou feridos entre os membros da força”.
Resistência na Cisjordânia: operações de tiro e atropelamento
Na quarta-feira (7), ações da resistência também ocorreram na Cisjordânia.
Uma delas foi uma “operação de tiro contra um veículo ‘israelense’ perto do posto de controle Reihan-Barta’a”, próximo à cidade de Jenin,
A ação deixou seis colonos (milicianos israelenses fascistas) feridos, dois dos quais estão em estado crítico. Relatos indicam que os militantes palestinos se retiraram em segurança, conforme informado pela RNN, que acrescenta que “a operação ocorre no momento em que Jenin entra em seu 107º dia consecutivo de agressão sionista contra a cidade e seu acampamento”, demonstrando que “a ideia de resistência jamais poderá ser sitiada”.
Momentos após da operação em Jenin, uma operação de atropelamento foi executada perto do posto de controle “Sadat Al-Fahs”, ao sul de Al Khalil, deixando um colono ferido. Quem realizou a heroica operação Abdel-Fattah Ahed Ahmad Al-Hureibat, da cidade de Dura, Al Khalil, “ascendeu ao martírio” após a operação, conforme noticiado pela RNN.
Iêmen irredutível em sua luta contra imperialismo e sionismo em apoio à Palestina
Nesta quarta-feira (7), o porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, o Brigadeiro-General Iahia Saree, anunciou que “em resposta à escalada ‘israelense’ com a decisão de expandir as operações agressivas em Gaza, as Forças Armadas do Iêmen anunciam que trabalharão para impor um bloqueio aéreo completo ao inimigo ‘israelense’”.
O anúncio é feito dias após “Israel” ter anunciado plano para tentar ocupara completamente a Faixa de Gaza. Ocorre, também, poucos dias depois de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ter capitulado perante a ação revolucionária do Iêmen no Mar Vermelho e anunciado um cessar-fogo.
Apesar de um possível cessar-fogo entre Iêmen e EUA, o Ansar Alá, partido revolucionário que governa o Iêmen e liderança a Revolução Iemenita, confirmou “que um cessar-fogo com os EUA não encerrará os ataques do Mar Vermelho contra alvos israelenses, enquanto Trump interrompe os ataques aéreos no Iêmen sob um acordo mediado por Omã”, conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen
Referida emissora, reproduzindo informações do portal de notícias Globes, informou também que a decisão de cessar os ataques contra Iêmen “pegou autoridades israelenses de surpresa” e que o governo Trump estaria priorizando a retomada do trânsito de embarcações pelo Mar Vermelho, e não os interesses de “Israel”.
A capitulação de Trump demonstra o sucesso das ações revolucionárias do Iêmen. Várias delas foram realizadas na quarta-feira, contra “Israel” e as embacações dos EUA, conforme anunciado pelas forças iemenitas.
Uma teve como alvo o Aeroporto Ramon de “Israel”, na área de Umm al-Rashrash (Eilat), no sul da Palestina ocupada, usando dois drones. Outra teve como alvo um local vital israelense na área ocupada de Jafa (Telavive) com um drone do tipo Jafa. Ambas foram realizadas em apoio ao povo palestino e sua Resistência, conforme declarado por Saree.
Quanto às ações realizadas contra os EUA, o porta-voz das forças iemenitas anunciou que a Unidade Naval e de VANTs (drones) das forças realizou uma “operação militar de alto nível visando o porta-aviões americano USS Harry S. Truman e vários de seus navios de guerra no norte do Mar Vermelho, usando um míssil balístico e vários drones”, operação que frustrou o ataque aéreo dos EUA contra o Iêmen.
Como resultado da operação, um segundo caça F/A-18 Super Hornet do USS Harry S. Truman caiu no Mar Vermelho.
Por fim, cumpre informar sobre recente declaração do líder do Hesbolá, Naim Qassem. O partido revolucionário, uma das principais organizações do Eixo da Resistência e que prestou auxílio inestimável ao povo palestino contra a guerra genocida, está sendo alvo de forte ofensiva do imperialismo, com participação do governo do Líbano.
No entanto, o líder do Hesbolá declarou que “temos plena fé na promessa de vitória de Deus, e a resistência continuará até o triunfo final e a aniquilação completa dos ocupantes. Nenhuma força no mundo pode deter a vontade da Nação Islâmica”, frisando que é um erro considerar o Hesbolá como um mero grupo militar, enfatizando que é “uma forma de pensar” que foi aceita não apenas na região, mas também além dela, como uma “estratégia racional e popular contra o colonialismo e a hegemonia“.