
O conclave elegeu como novo papa nesta quinta (8) o americano Robert Francis Prevost (69), que escolheu o nome Leão XIV. A decisão é importante e dá uma indicação de como será seu papado, numa espécie de “programa de governo”.
Joseph Ratzinger decidiu, no batismo pós-conclave, se chamar Bento XVI, evocando o papa da 1ª Guerra Mundial e São Bento, indicando que gostaria de restaurar a Europa como centro da fé tradicional. Jorge Mario Bergoglio, Francisco, trouxe um nome novo depois de mil anos.
O “antecessor” de Prevost, Gioacchino Pecci, o Leão XIII, é autor de uma das pedras fundamentais da Doutrina Social da Igreja (DSI), “Rerum Novarum: sobre a condição dos operários”. Foi ele quem propôs regras para o direito dos trabalhadores em uma sociedade que passava pela revolução industrial, em 1891.
Leão XIII, que rejeitava ideias socialistas e criticava excessos do capitalismo, defendia temas como salários que garantissem a dignidade dos trabalhadores. Ele escolheu o nome como uma referência a um dos episódios mais dramáticos da história do papado.
São Leão Magno, o papa Leão I, segundo a versão mais conhecida na Igreja, teve um encontro com o líder bárbaro Átila, o Huno, que devastava a região em torno de Roma, na Itália, e o fez recuar. Ele ficou conhecido por sua liderança espiritual, defesa da doutrina e ações diplomáticas decisivas.
O papado de Gioacchino Pecci durou mais de 25 anos, de 1878 a 1903. Na visão de historiadores do Vaticano, ele foi um pontífice inovador para sua época e tentava conciliar a tradição da Igreja com os desafios da modernidade nas áreas social, filosófica e diplomática.

Prevost é ligado a uma vertente da Igreja americana alinhada a temas como imigração e Justiça Social e era próximo de Francisco. Apesar de existir uma indicação de que seu papado dará uma continuidade à gestão progressista, ele não escolheu o nome “Francisco II”, o que deixaria seu objetivo no posto mais claro.
Durante discurso na Basílica de São Pedro após ser anunciado novo papa, Leão XIV agradeceu Francisco e defendeu uma “Igreja unida e sempre em busca de paz e da Justiça”. “Nos ajudem a construir pontes, com diálogo, com encontros, todos juntos, num único povo”, disse o pontífice.
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