
O conclave que se iniciou nesta quarta (7) para a escolha do novo papa, Robert Francis Prevost, o Leão XIV, gerou expectativa e atenção para o telhado da Capela Sistina, no Vaticano, onde ficam as chaminés que anunciam os resultados das votações. Um detalhe, no entanto, ganhou destaque: as gaivotas.
As “Larus michahellis”, como são chamadas cientificamente as gaivotas-de-patas-amarelas, ficaram ao redor das chaminés ao longo de todo o processo. A Itália se tornou um epicentro da espécie, que tem se espalhado por países da Europa e da Ásia.
“Elas vivem melhor nas cidades do que na natureza, por isso sua população tem crescido muito nesses ambientes. Se beneficiam de ambientes urbanos, principalmente pela facilidade de encontrar alimentos, construir ninhos e não ter predadores”, afirma o biólogo Renan Demétrio à CNN Brasil.
Os animais têm gerado prejuízos à cidade, segundo o especialista, e há diversas ações de autoridades de países europeus para controlar a espécie.
“Elas podem degradar fachadas de prédios, defecar nas pessoas nas ruas, em roupas no varal, ficar agressivas e atacar as pessoas, principalmente pessoas que alimentam esses bichos e favorecem a aproximação desses animais. Acontecem acidentes e as fezes e as penas desses bichos nos prédios ainda podem causar entupimento de encanamento”, explica Demétrio.
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A espécie não costuma ser muito exigente em relação a alimentos e chega a comer restos deixados por humanos ou animais mortos. As cidades litorâneas são suas preferidas porque pescadores costumam jogar peixes na água, contribuindo com a sobrevivência delas.
A escolha dos telhados ocorre porque eles costumam ser mais protegidos que a própria natureza e as chaminés, por serem aquecidas, são vistas como mais aconchegantes pelas aves. A presença do animal se espalha por todo o continente, em países como Turquia, Portugal, Itália, Noruega, Islândia e Groenlândia, além da costa dos Estados Unidos e algumas regiões do norte da África e do Oriente Médio.
Em países como a própria Itália, além de Portugal, Espanha e Croácia, autoridades promovem ações para controlar o crescimento da espécie por meio da retirada de ninhos e ovos. Elas também orientam a população a proteger as fontes de restos de alimentos, como aterros sanitários e locais com resíduos de pesca.
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