O governo ucraniano declarou que “perdeu completamente a confiança” no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como possível mediador no conflito com a Rússia. A afirmação foi feita por representantes da Ucrânia em entrevista à CNN Brasil, que enfatizaram a invalidez de qualquer tentativa de mediação por parte do presidente brasileiro, especialmente após sua recente visita a Moscou.

Em uma declaração anônima, uma das fontes ucranianas afirmou que “sem um mínimo de confiança, Lula não tem o direito de reivindicar para si qualquer posição nas futuras negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele não tem mandato.

Para ser franco: a Ucrânia não precisa dos serviços de Lula.” Essas palavras refletem o afastamento do governo ucraniano em relação às ações de Lula, em especial no contexto da guerra em andamento, que envolve a Rússia e a Ucrânia.

A declaração veio como resposta ao esforço de Lula de interceder no conflito, depois de sua visita à Rússia para participar das comemorações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

No evento, o presidente brasileiro acompanhou um desfile militar na Praça Vermelha, ao lado do presidente russo, Vladimir Putin, e outros líderes internacionais, como o presidente da China, Xi Jinping.

A visita de Lula gerou grande desconforto em Kiev, que a interpretou como um sinal de apoio a Putin, no momento em que a Rússia continua sua ofensiva militar contra a Ucrânia.

O episódio também coincidiu com a recusa do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a uma proposta de conversa telefônica feita por Lula antes de sua viagem a Moscou. A recusa e a aproximação do presidente brasileiro com Putin agravaram a percepção de uma falta de imparcialidade em sua atuação diplomática.

Um alto funcionário ucraniano afirmou que, enquanto Lula estava em Moscou, os russos continuavam matando civis ucranianos, o que, segundo ele, contribuiu para a perda total de confiança.

“Lula perdeu completamente a confiança do governo e do povo ucranianos”, declarou a fonte, reiterando o distanciamento de Kiev em relação às intenções de mediação do Brasil.

Em resposta, o governo brasileiro reafirmou sua posição de apoio ao multilateralismo e à diplomacia como únicas vias possíveis para a resolução do conflito.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), Lula discutirá com Putin a proposta sino-brasileira para o fim da guerra, apresentando um cenário em que o Brasil se colocaria como mediador. Contudo, essa possibilidade foi prontamente rejeitada pela Ucrânia.

“Como presidente do Brics, Lula deveria, em vez disso, tentar colocar sua própria casa em ordem e evitar uma guerra nuclear entre a Índia e o Paquistão”, afirmou uma das fontes ucranianas, referindo-se a outras questões internacionais que, na visão do governo ucraniano, deveriam ser prioritárias para o Brasil.

Embora a Ucrânia tenha convidado o presidente brasileiro diversas vezes para visitar o país e compreender melhor a realidade da guerra, o Brasil optou por seguir com suas tratativas por meio de canais diplomáticos de alto nível.

O Itamaraty declarou que, apesar das críticas, o Brasil continuará conversando com todas as partes envolvidas no conflito, reforçando que a condenação da invasão russa e a defesa de uma solução pacífica permanecem como princípios norteadores da postura internacional do país.

Apesar da resistência ucraniana à mediação de Lula, o governo brasileiro se manteve firme em sua estratégia diplomática. O Brasil segue defendendo o diálogo como a melhor solução para o conflito, sem abrir mão de sua posição de neutralidade ativa.

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Last Update: 08/05/2025