
Com a fumaça branca anunciando a escolha do novo pontífice, uma das grandes expectativas agora gira em torno do nome que será adotado pelo sucessor de Francisco. A tradição milenar da Igreja Católica estabelece que, logo após a eleição no conclave, o novo papa deve escolher como deseja ser chamado — uma decisão carregada de simbolismo espiritual, histórico e político.
De acordo com o padre Bruno Otenio, estudante de teologia moral do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma, o nome Pedro é o único praticamente descartado. “Já é o nome do primeiro papa. Nenhum papa ousaria utilizar novamente esse nome”, afirma.
A escolha de Pedro II, por exemplo, é cercada de superstição, sendo vista por vaticanistas como um presságio de fim da Igreja, segundo uma antiga profecia não reconhecida oficialmente. A possibilidade de um Francisco II também é comentada, especialmente se o eleito for alguém próximo do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, como o cardeal filipino Luis Antonio Tagle.
Segundo o professor de relações internacionais da FAAP, Igor Alves, o nome indicaria uma clara continuidade das reformas estruturais e teológicas implementadas pelo Papa Francisco. “O nome carrega um peso, uma missão”, diz Otenio.

Já o nome João Paulo remete ao legado do papa polonês Karol Wojtyła, amplamente respeitado por sua influência no século XX. No entanto, especialistas veem essa escolha como improvável justamente pela responsabilidade simbólica que ela carrega.
O nome João também é cogitado. João XXIII, por exemplo, foi o responsável pelo Concílio Vaticano II, um dos maiores movimentos de reforma na Igreja. No entanto, Otenio pondera que nem todos os papas com esse nome seguiram a mesma linha reformista. “Depende da personalidade de quem será eleito”, diz.
Assim que um cardeal recebe os votos necessários no conclave, ele é conduzido à chamada Sala das Lágrimas, onde veste pela primeira vez a batina branca. Nesse momento, o cardeal decano lhe pergunta em latim: “Quo nomine vis vocari?” (“Como deseja ser chamado?”). É ali que o novo papa escolhe o nome que o acompanhará em seu pontificado.
Logo depois, o cardeal protodiácono — atualmente o francês Dominique Mamberti — anuncia oficialmente ao mundo a escolha, do balcão da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase em latim: “Annuntio vobis gaudium magnum: habemus papam!”. O anúncio segue com o nome do cardeal eleito e o nome papal escolhido.
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