O Papa Leão XIV assume o seu posto. Foto: Divulgação

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica e adotou o nome de Leão XIV. Ele obteve o apoio de ao menos 89 dos 133 cardeais com direito a voto no conclave, superando os dois terços necessários para assumir a liderança da Igreja. No entanto, sua eleição ocorre sob a sombra de acusações antigas e recentes de acobertamento de abusos sexuais cometidos por membros do clero.

Apesar do prestígio no Vaticano e do perfil progressista, o novo pontífice enfrenta questionamentos relacionados à sua atuação em casos de abusos sexuais na Igreja. Quando atuava como provincial em Chicago, entre 1999 e 2001, Prevost foi mencionado em um episódio polêmico: um padre acusado de abuso continuou morando em um priorado próximo a uma escola.

Seus defensores alegam que Prevost não era responsável direto pela situação, já que o religioso não pertencia à sua ordem, e destacam que o caso antecede a Carta de Dallas, que em 2002 reformulou as diretrizes da Igreja para lidar com crimes sexuais.

Mais recentemente, em 2022, quando era bispo da diocese de Chiclayo, no Peru, Prevost foi novamente envolvido em denúncias. Três mulheres relataram abusos sofridos por dois padres quando ainda eram crianças.

Segundo as vítimas, o bispo foi informado em 2020, mas apenas dois anos depois abriu uma investigação canônica e recomendou que as famílias procurassem as autoridades civis. Um dos padres foi afastado preventivamente, enquanto o outro já estava inativo por questões de saúde.

Papa Leão XIV durante o conclave. Foto: Divulgação

A diocese de Chiclayo negou que tenha havido acobertamento e afirmou que Prevost seguiu todos os protocolos da Igreja. O caso foi encaminhado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, mas até hoje não houve conclusão oficial por parte do Vaticano.

Em paralelo, uma denúncia apresentada em 2024 acusou Prevost e seu sucessor na Arquidiocese de Chicago, o cardeal Blaise Cupich, de negligência em casos ocorridos nas décadas de 1980 e 1990. Ambos teriam ignorado denúncias contra dois padres agostinianos que mais tarde foram condenados por abuso sexual. A arquidiocese norte-americana não se pronunciou formalmente sobre o caso.

No Peru, além das acusações feitas pelas três vítimas, Prevost foi criticado por freiras que alegam que as investigações conduzidas pela diocese foram descontinuadas depois que o Judiciário arquivou o caso por prescrição. A diocese afirma que cumpriu a legislação canônica vigente.

Robert Prevost atuou durante nove anos como bispo no Peru antes de ser convocado para o Vaticano, onde assumiu cargos na Congregação para o Clero e, posteriormente, na Congregação para os Bispos. Em 2023, foi nomeado cardeal pelo então papa Francisco, a quem substitui na liderança da Igreja.

Conheça as redes sociais do DCM:

Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 08/05/2025