A mobilização em defesa dos trabalhadores portuários continua firme nesta quinta-feira (08), em Brasília, com o segundo dia da Plenária Nacional convocada pelas principais entidades representativas do setor: a Federação Nacional dos Portuários (FNP), a Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e a Fenccovib (Federação Nacional dos Conferentes, Consertadores, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios).

O foco do encontro é o debate sobre os impactos do Projeto de Lei nº 733/2025, que ameaça promover retrocessos significativos nos direitos e garantias das categorias que atuam nas atividades portuárias brasileiras. A plenária busca construir uma agenda unificada de mobilização nacional contra o avanço do projeto no Congresso.

Durante os debates, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, reafirmou o apoio da central sindical à luta dos portuários. “A luta dos portuários é nacional e a CTB está ao lado desses trabalhadores. Precisamos garantir seus direitos. A luta no Congresso Nacional contra o PL 733/25 é uma verdadeira luta de classes. Não podemos aceitar a precarização. O trabalhador precisa ser valorizado e remunerado com dignidade. O Brasil precisa investir no setor marítimo, gerar empregos nos portos e desenvolver uma frota nacional”, declarou.

O segundo dia da plenária foi marcado por análises estratégicas e informes políticos relevantes. O presidente do Sindicato dos Conferentes, José Eduardo Antunes, também vice-presidente da Intersindical e diretor da Fenccovib, entregou aos presentes o livro “5 Décadas a Ver Navios”, de Ubiratan de Paula — uma obra que simboliza a resistência histórica da categoria.

Antunes e o presidente da FNP, Mário Teixeira, abriram os trabalhos relatando as reuniões realizadas na véspera com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e com a ministra Gleisi Hoffmann. Teixeira alertou para os riscos da criação de uma Comissão Especial para o PL 733/25, defendendo a tramitação regular nas quatro comissões permanentes. “O tema é sensível e necessita de amplo diálogo social”, afirmou.

Já o dirigente José Adilson Pereira abordou o tema da exclusividade profissional e o avanço das negociações entre as federações para a construção de um consenso na formulação de emendas ao projeto. Ele também destacou o fortalecimento das relações com entidades internacionais como IDC, ITF e FSM, fundamentais para o apoio global à causa dos trabalhadores portuários.

Unidade e resistência

A plenária demonstra a força e a coesão das federações FNP, FNE e Fenccovib na articulação de uma frente unificada contra o PL 733/2025. A expectativa é que as mobilizações cresçam nas próximas semanas, ampliando a pressão sobre o Congresso Nacional e consolidando um movimento nacional em defesa dos direitos trabalhistas nos portos públicos e privados do Brasil.

A CTB reafirma seu compromisso com os trabalhadores portuários e reforça a necessidade de manter a mobilização e o diálogo permanente com a sociedade e o parlamento.

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Last Update: 08/05/2025