O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou o lançamento de um mapa-múndi com o Brasil de ponta-cabeça e no centro. A projeção cartográfica invertida visa destacar o território e colocar nações do hemisfério sul na parte superior do globo.
“A novidade busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 no ano de 2025”, afirmou o presidente do IBGE, o economista Marcio Pochmann.
O IBGE diz que o mapa faz parte de “uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global”. “A maior parte do mundo está acostumada a ver a América do Norte no Norte e a América do Sul no Sul, mas essa representação não é a única possível e nem a única que foi registrada durante a história”, argumenta.
A nova representação também destaca membros países do BRICS (inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do Mercosul, nações de língua portuguesa e que possuem o bioma amazônico, além de cidades como Rio de Janeiro, Belém e Ceará.
A ideia tem sido discutida há um ano por Pochmann, que já dizia que o novo mapa-múndi do IBGE teria o Brasil no centro, mas não de forma invertida. O novo desenho será vendido na loja virtual do órgão e no espaço físico do instituto, no Palácio da Fazenda, no Rio de Janeiro, a partir da próxima segunda (12).
A mudança gerou críticas ao instituto e debate nas redes, mas o IBGE argumenta que “não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida”.
O instituto também alega que diversos mapas medievais ou feitos por outras culturas têm orientações diferentes, sem o Norte ao topo. “A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller”, prossegue.
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