A Universidade de Columbia anunciou, na última terça-feira (7), a demissão de quase 180 pesquisadores, devido aos cortes avaliados em US$ 400 milhões para a instituição realizados pelo governo de Donald Trump.
Diante da ofensiva do presidente norte-americano, que suspendeu o repasse de dinheiro público em março, a instituição de ensino teve de tomar a difícil decisão de encerrar ou não renovar contratos com cientistas.
Mesmo depois de atender a diversas exigências de Trump, a universidade foi privada da verba, sob a justificativa de não ter agido de maneira satisfatória contra o antissemitismo.
A presidente interina da universidade, Claire Shipman, informou que a instituição teve de se adaptar à nova realidade financeira, enquanto busca alternativas de financiamento.
Ainda de acordo com a instituição, os cortes atingiram 20% dos pesquisadores financiados por repasses de dinheiro público.
Já a Europa fez um movimento contrário e anunciou a criação de um fundo de US$ 500 milhões para que instituições de pesquisa europeias contratem pesquisadores americanos.
Outra reação à política de cortes do governo Trump foi a judicialização do caso, em que 13 universidades tentam impedir na Justiça as suspensões de verbas.
Entre elas estão o MIT (Massachusetts Institute of Technology), Princeton, Brown, Cornell, e as universidades de Michigan e da Pensilvânia.
Relembre o caso
Em abril de 2024, centenas de estudantes pró-Palestina camparam na Universidade de Columbia, em protesto sobre a guerra de Israel em Gaza e influenciaram outros protestos semelhantes em instituições de ensino superior nos Estados Unidos.
Além de ordenar a retirada do local, a reitoria também ameaçou suspender os manifestantes.
Porém, em vez da “inação em face ao persistente assédio aos estudantes judeus”, por conta das sucessivas manifestações contra o genocídio na região da Faixa de Gaza, a suspensão de verbas por parte de Trump pode uma retaliação pessoal.
De acordo com uma reportagem do site The New York Times indica que o assédio contra a instituição pode ser a vingança do Trump pelo fracasso na venda de terrenos em Nova York para a universidade há 25 anos.
A instituição estava em busca de terrenos para ampliar suas instalações e abrir mais cientistas e núcleos de pesquisa. No final dos anos 1990, o então empreendedor imobiliário ofereceu à instituição uma propriedade conhecida como Riverside South (antes de ser renomeada como Trump Place), parte de um terreno de propriedade dele desde o começo dos anos 1970.
A negociação não avançou, e Trump nunca teria superado a recusa da Universidade de Columbia.
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