Neste domingo (4), foi novamente realizado o primeiro turno das eleições presidenciais na Romênia. O pleito resultou na vitória de George Simion, do partido Aliança para a União dos Romenos (AUR), candidato que se opõe à guerra de agressão do imperialismo contra a Rússia.
O primeiro turno foi feito de novo, pois a Corte Constitucional da Romênia deu, a mando do imperialismo, um golpe de Estado em novembro de 2024, após a primeira votação das eleições presidenciais, realizado no dia 24 daquele mês, ter resultado na vitória do candidato Carlin Georgescu (independente), que também se posiciona contra agressão do imperialismo à Rússia.
A Corte Constitucional valeu-se das acusações falsas de que a Rússia teria intervindo nas eleições, em prol da vitória de Georgescu. Naquele primeiro turno, ele ganhou por 22,94% dos votos, enquanto o atual vencedor obteve 13,86%.
Embora a perseguição do imperialismo e do Estado romeno a Georgescu continue, ele esteve junto de Simion no dia da votação, mostrando uma aliança entre ambos. Nesse sentido, Simion declarou que “estamos aqui com uma única missão: restaurar a ordem constitucional e a democracia”, conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT). Ele também declarou que “esta não é apenas uma vitória eleitoral, é uma vitória da dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Romênia, um país livre, respeitado e soberano“.
A quantidade de votos obtidas por Simion equivaleu à soma dos votos obtidos pelos dois principais candidatos pró-imperialistas, o ex-senador Crin Antonescu e o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan.
Por sua oposição à guerra de agressão contra a Rússia, em novembro de 2024, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) disse que Simion havia sido colocado na lista negra por suas “atividades antiucranianas sistemáticas, que contradizem os interesses nacionais da Ucrânia e violam sua soberania estatal e integridade territorial”, conforme noticiado pela RT.
A derrota dos candidatos alinhados à União Europeia precipitou a renúncia do primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, que anunciou o fim da coalizão governista pró-UE.
Em declaração oficial, Ciolacu afirmou: “vi o voto dos romenos ontem e ele demonstra que a coalizão, ao menos na forma atual, carece de legitimidade. Por isso, decidi que devemos sair da coalizão e, em conformidade, apresento minha renúncia”. O Partido Social-Democrata (PSD), de Ciolacu, declarou que não apoiará nenhum dos candidatos no segundo turno, marcado para o dia 18 de maio.
A dissolução da coalizão, composta pelo PSD, pelo Partido Nacional Liberal (PNL) e pela representação da minoria húngara (UDMR), expressa a crise do regime político romeno. Os ministros do atual gabinete devem permanecer interinamente até a definição de uma nova maioria após a votação.
Simion, que se apresenta como defensor dos “valores tradicionais” e de uma “Europa das nações soberanas”, critica duramente a União Europeia, que chamou de “bolha gananciosa e corrupta”. Ele também se opõe à política de imigração e às imposições energéticas de Bruxelas. Embora negue ser pró-Rússia, o candidato é contra o envio de armas para a Ucrânia e defende uma solução negociada para o conflito. Além das já mencionadas sanções por parte do governo ucraniano, sua entrada foi proibida na Moldávia, país vizinho, devido à sua política em relação ao conflito.