Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Foto: Rosinei Coutinho/STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (6) o núcleo acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de espalhar desinformação, atacar autoridades e desacreditar o sistema eleitoral. Se a denúncia for aceita contra todos os investigados, o número de réus no caso chegará a 21.
O STF já tornou réus oito pessoas classificadas pela PGR como integrantes do “núcleo crucial” da organização criminosa, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de outras seis que teriam atuado na coordenação das ações, como o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
Agora, o foco é o núcleo apontado como responsável pela disseminação de notícias falsas, composto por sete pessoas, segundo a PGR. Estão na lista o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento Giancarlo Rodrigues e o policial federal Marcelo Bormevet.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, esses integrantes “propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo”.
Ailton Barros e Jair Bolsonaro: ex-major do Exército teria direcionado ataques a ex-comandantes das Forças Armadas por não terem apoiado a tentativa de golpe. Foto: Reprodução
Ailton Barros teria direcionado ataques aos ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), por não apoiarem a tentativa de golpe. A defesa de Barros alegou que ele apenas fez “desabafos” em mensagens privadas.
Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet atuaram na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob a gestão do atual deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que já é réu. Os dois são acusados de promover desinformação contra adversários do grupo. As defesas negam envolvimento com o plano golpista.
Já o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e o major da reserva Angelo Denicoli são acusados de divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal — contratado pelo PL, partido de Bolsonaro, para embasar uma ação que pediu a anulação de parte dos votos — também está entre os investigados. Ele e os demais negam as acusações.