Cida Gonçalves é afastada por Lula após denúncias de assédio, desgaste interno e falas polêmicas sobre ministros e a primeira-dama Janja
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu demitir, nesta segunda-feira (5), Cida Gonçalves do cargo de ministra das Mulheres. Entre os motivos da demissão estão a proximidade da ex-ministra com a primeira-dama, Rosângela da Silva, e declarações incômodas sobre o relacionamento com outros ministros, segundo apurou a CNN.
Em fevereiro, Cida revelou à Comissão de Ética da Presidência que interrompia agendas para atender Janja.
Na mesma ocasião, afirmou que ignorava chamados de Alexandre Padilha, então ministro das Relações Institucionais, e de Márcio Macêdo, secretário-geral da Presidência.
Além dos desgastes políticos no Palácio do Planalto, Cida enfrentava críticas internas por sua gestão no ministério, acusada de não dar visibilidade à pasta.
Assédio Moral
Cida depôs à Comissão de Ética em fevereiro por responder a um processo que a acusava de assédio moral.
Servidoras relataram, em gravações anexadas ao processo, ameaças de demissão, cobranças excessivas, tratamento hostil, preconceito e gritos.
O Ministério das Mulheres emitiu nota afirmando que não havia registros formais das denúncias em seus canais, “assim como não foi notificado sobre queixas em outros órgãos”.
A CNN apurou que Cida teria oferecido apoio financeiro a uma servidora para que se candidatasse em 2026, em troca de silêncio sobre uma denúncia de racismo.
Posteriormente, o processo foi arquivado.
“Troca de rumo”
Apesar das críticas, a ex-ministra afirmou a jornalistas que esses fatores não influenciaram a decisão de Lula.
“Estou tranquila, leve, feliz. Acho que não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa. É uma troca de rumo, de momentos. Tem hora que você está no limite do esgotamento. Gente nova chega com um olhar novo”, disse.
Para substituir Cida, Lula convidou Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social, assistente social, professora e filiada ao PT.
