A proposta do ex-presidente do Banco Central, Armìnio Fraga (foto/reprodução internet), de congelar o salário-mínimo por seis anos, é tecnicamente polêmica, mas politicamente reveladora. Em vez de enfrentar a discussão, o governo preferiu o velho atalho: atacar quem fala, não o que foi dito. A ministra Gleisi Hoffmann, um dos símbolos do lulopetismo reativo, rejeita qualquer ajuste que fira dogmas ideológicos, ainda que o rombo fiscal se torne insustentável. Não há sugestão alternativa, apenas silêncio sobre o inevitável. A crítica de Fraga aponta o que Brasília finge ignorar: não há mágica contábil que sustente uma máquina estatal inchada, com despesas indexadas ao salário-mínimo e incentivos fiscais que favorecem elites e distorcem o sistema. Enquanto isso, o Brasil trava seu crescimento preso a juros altos, déficit crônico e tabus intocados.
