O Paquistão realizou nesta segunda-feira 5 seu segundo teste de míssil, elevando as tensões com a Índia, que anunciou um plano de simulações de defesa civil, quase duas semanas depois da escalada que começou após um violento atentado na região da Caxemira de administração indiana.
A Índia responsabiliza o Paquistão pelo ataque letal de 22 de abril, no qual homens armados abriram fogo e mataram 26 turistas em uma área dessa região do Himalaia administrada pela Índia, que nunca foi reivindicado. O governo paquistanês afirma que a Índia o acusa “sem provas”.
A escalada brusca — que levou a uma série de ameaças e medidas diplomáticas de represália — é o último capítulo de um longa disputa entre as duas potências nucleares.
O Exército paquistanês afirmou nesta segunda que testou um míssil terra-terra com alcance de 120 quilômetros, cujo objetivo é “garantir a preparação operacional das tropas”.
O Paquistão anunciou no sábado o teste de um míssil terra-terra com alcance de 450 quilômetros, aproximadamente a distância entre a fronteira paquistanesa e a capital indiana, Nova Délhi.
Em nenhum dos dois casos, informou o lugar onde os testes foram realizados.
O Ministério de Informação da Índia anunciou que, nesta quarta-feira, serão organizadas várias “simulações” de defesa civil para preparar a população para “se proteger em caso de um ataque hostil”.
Nesta segunda, o secretário-geral da ONU, António Guterres, instou Índia e Paquistão a que se “afastem do precipício” e lamentou que as relações estejam em um “ponto crítico”.
O teste do míssil aconteceu enquanto o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, estava em Islamabad para atuar como mediador na crise.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá a portas fechadas nesta segunda à tarde para debater a situação a pedido do Paquistão.