As forças de repressão britânicas prenderam, ao todo, oito homens — sete deles iranianos — em duas operações distintas, mas com a mesma alegação: envolvimento em atos terroristas. Essas prisões ocorrem em um momento em que a inteligência britânica persegue, gradativamente, cidadãos iranianos sob esse pretexto.

No último sábado, dia 2, agentes antiterroristas ingleses, em operação realizada em diversas localidades do país, prenderam quatro iranianos e um homem de nacionalidade desconhecida.

Separadamente, apenas na cidade de Londres, outros três homens foram detidos — todos iranianos. Destes, dois foram acusados de ligação com o Hesbolá.

De acordo com a Polícia Metropolitana, as cinco primeiras prisões estão relacionadas ao suposto planejamento de um atentado contra um local específico, cujo nome não foi revelado pelos agentes. Já as outras três detenções têm como acusação “ameaça à segurança nacional”.

Todas as prisões se baseiam na Seção 27 da Lei de Segurança Nacional de 2023, que permite à polícia britânica prender cidadãos suspeitos de “envolvimento em atividades de ameaça a potências estrangeiras”.

Declarações recentes de autoridades britânicas revelam uma preocupação especial com os iranianos no que diz respeito à segurança do Estado britânico.

Em outubro do ano passado, o diretor-geral do MI5 (Agência de Segurança Britânica), Ken McCallum, declarou que, desde 2022, a agência já investigou 20 supostos planos de ataque considerados “potencialmente letais”. Ele classificou a situação como um contexto de “aumento ou ampliação da agressão estatal iraniana no Reino Unido”.

Há poucas semanas, o Ministro da Segurança britânico, Dan Jarvis — que já havia afirmado anteriormente que pessoas que trabalham para o Irã deveriam ser presas — declarou, em discurso ao Parlamento:

“A ameaça do Irã se insere em um contexto mais amplo de ameaça crescente, diversificada e em evolução que o Reino Unido enfrenta devido à atividade maligna de vários Estados.”

Segundo ele, o regime iraniano estaria “cada vez mais encorajado, afirmando-se de forma mais agressiva para promover seus objetivos e minar os nossos”.

As chamadas “atividades malignas” de “vários Estados” referem-se à relação do Irã com o Hesbolá, no Líbano, e com o Hamas, na Faixa de Gaza — sob a alegação de que o contexto entre os países da região faria com que o regime iraniano interferisse em Estados estrangeiros.

Todas essas acusações, perseguições e prisões fazem parte da política imperialista em favor do sionismo e do massacre promovido contra os palestinos.

Sob o pretexto do combate ao terrorismo, o regime britânico persegue cidadãos iranianos — ou de qualquer outra nacionalidade — acusando-os de “trabalhar para o Irã”, em uma política que visa atingir diretamente a resistência palestina e todo o apoio que ela recebe ao redor do mundo.

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Last Update: 05/05/2025