A rede social TikTok voltou a ser alvo da ofensiva dos países imperialistas. A União Europeia multou a plataforma em 530 milhões de euros (cerca de R$ 3,4 bilhões), alegando uma suposta transferência “ilegal” de dados de usuários para a China.

A penalidade foi anunciada pela Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, principal reguladora da empresa na Europa. Segundo o órgão, o TikTok violou regras do bloco ao permitir que dados de usuários europeus fossem acessados remotamente por funcionários na China, e estabeleceu um prazo de seis meses para a suspensão das transferências consideradas ilegais.

“O TikTok não conseguiu verificar, garantir e demonstrar que os dados pessoais dos utilizadores (europeus), acessados remotamente por pessoas na China, beneficiavam de um nível de proteção essencialmente equivalente ao garantido na UE”, afirmou o comissário-adjunto Graham Doyle, em comunicado.

A China negou que exija de empresas como o TikTok qualquer coleta ou armazenamento de dados por meios ilegais. Em resposta à multa, o governo chinês cobrou da União Europeia e da Irlanda que proporcionem um ambiente empresarial justo, equitativo e não discriminatório para empresas de todos os países.

Não é a primeira vez — e certamente não será a última — que os países imperialistas atacam redes sociais fora do controle de suas big techs (como X, Meta e Google). No ano passado, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto para banir o TikTok do país sob o pretexto de ameaça à segurança nacional, alegando que a ByteDance, empresa chinesa proprietária da rede, poderia ser forçada a entregar dados de usuários ao governo chinês.

No Reino Unido, o governo trabalhista de Keir Starmer tentou impor censura e vigilância sobre as redes sociais, especialmente o TikTok, que teve papel fundamental na difusão de protestos em várias cidades inglesas. Já o governo francês baniu a rede na Nova Caledônia — uma possessão colonial francesa no Pacífico — como forma de conter manifestações contra alterações na lei eleitoral.

A ofensiva contra o TikTok está em curso nos principais centros do imperialismo: Estados Unidos, Inglaterra, França e Japão. A justificativa é sempre a mesma — segurança nacional ou proteção de dados — mas o verdadeiro motivo é político: a necessidade de controlar a informação e impedir a livre circulação de ideias.

Para o imperialismo, o problema com o TikTok não é que ele seja “chinês”, mas que ele não esteja sob seu controle direto. Com mais de 175 milhões de usuários na União Europeia, a plataforma representa uma ameaça real à hegemonia da propaganda oficial, sobretudo num momento de grande instabilidade política, em que crescem os protestos contra os massacres na Faixa de Gaza e a guerra na Ucrânia.

Ao censurar o TikTok, os países imperialistas buscam calar a oposição à sua política genocida. A liberdade de expressão nas redes sociais tornou-se um obstáculo que eles não estão mais dispostos a tolerar.

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Last Update: 04/05/2025