Era início de pandemia, e a Luiza enfrentava problemas familiares. E Vinícius, o nosso Vinão, resolveu enviar-lhe uma carta. Com a letrinha caprichada, ele inventou a palavra “sente tristes” para reforçar o “sentimentos”.

Quando entrou na escola, menino com síndrome de Down, a professora autorizou que escrevesse em letra de forma. Ele não aceitou. Treinou, treinou e treinou até controlar a escrita cursiva. Ler a escrita de Vinão passava o mesmo sentimento de ternura que era receber um abraço dele.

A Livia, mencionada na carta, era a namoradinha dele, também criança com Down. Ambos se conheceram com 5 anos de idade, no lançamento de um livro sobre inclusão de Eugênia, mãe do Vini e pioneira na luta pela inclusão.

Imediatamente estabeleceram conexão forte. Vinão estava vestidinho de terno e gravata. Namoraram até os 17 anos. Depois, por alguma razão da vida, Vini rompeu o namoro e Livia nunca mais perdoou. Bem que Vinão tentou reatar algumas vezes, mas Livia batia o pé: “só amigos”.

Só amigos, sim, mas para sempre.

O último encontro entre ambos foi em uma praia do litoral norte. Chegamos, fomos para a praia. Livia já estava lá, com seus pais. Ao se verem sairam correndo, ambos, e se abraçaram.

Montamos na Internet, o album do Vini. Nele, uma mensagem da Livia.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 02/05/2025