O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) divulgou, nessa quarta-feira (30), um comunicado oficial por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores. A nota, publicada em seu site oficial, denuncia a intensificação da agressão sionista contra o povo palestino e exalta o papel fundamental da classe operária na resistência à ocupação. O Hamas também convoca os movimentos sindicais e operários de todo o mundo a transformarem o 1º de Maio em uma jornada internacional de luta contra o genocídio em Gaza.
De acordo com o comunicado, o povo palestino enfrenta atualmente “os mais brutais tipos de perseguição, cerco, racismo e negação dos direitos humanos mais básicos”, sendo os trabalhadores “parte essencial do nosso povo e no centro da luta por liberdade e independência”. O movimento afirma que a classe operária palestina é atingida em cheio pela ofensiva sionista, sendo privada de seu sustento, de seus direitos e de sua liberdade de circulação. Em meio à destruição das infraestruturas, à destruição de hospitais, escolas e locais de trabalho, o Hamas denuncia que a ocupação está destruindo os “pilares da vida humana”.
“O sofrimento dos trabalhadores palestinos é parte da tragédia vivida por nosso povo em virtude da ocupação, que perdura há mais de sete décadas”, afirma o texto. O movimento declara que este sofrimento não será superado por reformas parciais, mas apenas com a eliminação da ocupação e a libertação completa da Palestina.
O Hamas critica duramente a postura da comunidade internacional, que permanece “em silêncio, negligência e conivência” diante dos crimes de guerra praticados contra os trabalhadores palestinos e contra toda a população civil. A nota também faz um apelo direto às Nações Unidas, cobrando medidas concretas para pôr fim às violações sistemáticas do direito internacional, exigindo, entre outras medidas, o fim do bloqueio imposto à Faixa de Gaza.
No comunicado, o Hamas também reafirma seu apoio à UNRWA, a agência das Nações Unidas responsável pelo atendimento aos refugiados palestinos. A entidade vem sendo alvo de ataques coordenados pelo governo de “Israel” e por seus aliados imperialistas, com o objetivo de sufocar financeiramente a agência e minar sua capacidade de assistência humanitária. “Trata-se de uma tentativa desesperada de apagar o testemunho vivo dos crimes cometidos contra nosso povo”, denuncia o texto.
Além disso, o Hamas elogia as iniciativas de sindicatos e federações operárias de diversos países que têm se posicionado contra a ofensiva sionista. O movimento reforça o chamado para que a solidariedade internacional se expresse de forma concreta, por meio de mobilizações, atos públicos e, especialmente, do boicote às empresas sionistas e às companhias internacionais envolvidas no fornecimento de armas ao exército de ocupação.
“Convidamos, em especial, os sindicatos das áreas de transporte e portos a intensificar o boicote às empresas de transporte sionistas e internacionais envolvidas no apoio à ocupação”, afirma a nota, destacando o papel estratégico da classe operária na luta contra o imperialismo.
Por fim, o Hamas conclama todas as organizações de trabalhadores e federações sindicais do mundo a fazerem do 1º de Maio uma jornada de luta contra o cerco à Faixa de Gaza, contra a ocupação militar da Cisjordânia e em defesa dos direitos do povo palestino. “Nosso povo, com todas as suas forças, continuará agarrado a seus direitos até alcançar a liberdade e a autodeterminação”, conclui.
Leia o comunicado do Hamas na íntegra:
“Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Comunicado de Imprensa
No Dia Internacional dos Trabalhadores: exaltamos o sacrifício e a firmeza dos trabalhadores da Palestina e convocamos uma mobilização operária mundial em solidariedade com Gaza e contra a agressão sionista
O Dia Internacional dos Trabalhadores deste ano chega em meio à intensificação da agressão sionista contra nosso povo, do qual os trabalhadores são parte essencial, estando no centro da luta por liberdade e independência. Eles enfrentam os mais brutais tipos de perseguição, cerco, racismo e negação dos direitos humanos mais básicos, em meio ao silêncio, negligência e conivência internacionais diante dos crimes e agressões da ocupação.
Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), neste Dia Internacional dos Trabalhadores, reverenciamos a memória dos mártires de nosso povo dentre os trabalhadores, cujo sangue serviu de faísca e combustível para as intifadas contra a ocupação. Rogamos a Deus a cura dos feridos e a liberdade dos prisioneiros, exaltamos os sacrifícios dos trabalhadores palestinos em todas as partes do país e no exterior, e enviamos uma saudação de orgulho e honra por sua firmeza e desafio a todas as formas de injustiça, cerco e agressão.
Reafirmamos o seguinte:
Primeiro: o sofrimento dos trabalhadores palestinos é parte da tragédia vivida por nosso povo em virtude da ocupação, que perdura há mais de sete décadas e se intensificou nos últimos 18 meses. Este sofrimento só terá fim com o desaparecimento da ocupação. Nosso povo, com todas as suas forças, continuará agarrado a seus direitos até alcançar a liberdade e a autodeterminação.
Segundo: os crimes da ocupação contra os trabalhadores palestinos são crimes sistemáticos que visam destruir todos os pilares da vida humana, em flagrante violação das leis e convenções internacionais. Isso exige uma ação urgente das Nações Unidas e da comunidade internacional para deter os crimes da ocupação contra eles.
Terceiro: reiteramos nossa rejeição a todas as formas de ataque que têm sido direcionadas à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), por parte da ocupação e de seus apoiadores. Trata-se de uma tentativa desesperada de apagar o testemunho vivo dos crimes cometidos contra nosso povo, sua expulsão e desenraizamento. Conclamamos todos os países a continuar apoiando a agência para que esta siga cumprindo sua responsabilidade e papel humanitário.
Quarto: conclamamos as organizações de direitos humanos e humanitárias em todo o mundo a assumirem suas responsabilidades na denúncia dos crescentes crimes e violações da ocupação contra os trabalhadores palestinos, pressionando pelo fim do cerco injusto à Faixa de Gaza, às cidades, vilarejos e campos de refugiados da Cisjordânia ocupada, e impedindo que a ocupação continue restringindo a liberdade, o sustento e o trabalho dos trabalhadores.
Quinto: valorizamos as posições dos sindicatos e federações de trabalhadores livres em todo o mundo, que sempre estiveram ao lado do nosso povo, de seus direitos legítimos e de sua causa justa, mobilizando-se em apoio a Gaza e denunciando a agressão contra ela. Convidamos todos a seguir intensificando todas as formas de mobilização contra a ocupação sionista, até que esta cesse sua agressão contra nosso povo e nossa terra.
Sexto: conclamamos os movimentos operários e as federações sindicais do mundo a fazerem do 1º de Maio uma jornada de luta e renovação do apoio ao povo palestino, por meio da organização de atos de solidariedade, erguendo a voz da classe trabalhadora contra a agressão e os crimes sionistas, exigindo o fim da guerra e da ocupação. Convidamos, em especial, os sindicatos das áreas de transporte e portos a intensificar o boicote às empresas de transporte sionistas e internacionais envolvidas no apoio à ocupação e no fornecimento de armas utilizadas no assassinato de civis e na execução de crimes de genocídio e limpeza étnica contra nosso povo.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Quarta-feira, 2 de Dhu al-Qi’dah de 1446 H
Correspondente a 30 de abril de 2025
Site oficial – Movimento Hamas”