O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso. Foto: Roberto Schmidt/AFP

As tarifas de importação impostas pelo ex-presidente Donald Trump à China estão provocando uma crise antecipada no setor natalino dos Estados Unidos. Com taxas de até 145%, fabricantes de brinquedos, lojistas e empresários alertam para o risco real de escassez de produtos e aumento nos preços durante a principal temporada de vendas do ano. A produção, que normalmente estaria em ritmo total nesta época, está paralisada ou desacelerada por receio dos altos custos.

“Temos uma cadeia de suprimentos congelada que está colocando o Natal em risco”, declarou Greg Ahearn, CEO da Toy Association, que representa 850 fabricantes americanos. Segundo ele, sem iniciar a produção logo, há “grande probabilidade de escassez de brinquedos neste fim de ano”. Fábricas na China são responsáveis por 80% dos brinquedos e 90% dos produtos natalinos vendidos nos EUA, e as tarifas estão desestruturando toda essa cadeia.

Na loja Aldik Home, em Los Angeles, o proprietário Larry Gold já suspendeu o envio de sete contêineres de árvores de Natal artificiais, avaliados em US$ 600 mil. Com as tarifas, ele teria que desembolsar quase US$ 1 milhão a mais. “Por enquanto, pedimos para que eles esperem e segurem o envio”, disse Gold. “Não acredito que alguém neste país que esteja comprando árvores da China pague a tarifa de 145%, porque nunca as venderá.”

Larry Gold, proprietário da Aldik Home, com árvores de Natal artificiais em sua loja em Los Angeles. Foto: Colin Sussingham/The New York Times

A empresária Kara Dyer, da Storytime Toys, também teme que sua empresa fique sem estoque. “Vou manter a esperança por mais duas semanas de que as tarifas sejam retiradas e eu possa fazer o pedido”, afirmou. “Mas, caso contrário, terei que colocar meus negócios em pausa. Definitivamente não farei um pedido se as tarifas estiverem em vigor. Não faria nenhum sentido.”

A insatisfação é compartilhada por pequenos lojistas, como Jennifer Bergman, da tradicional West Side Kids, em Nova York. Com 43 anos de mercado, ela teme que este seja seu último Natal: “Acho que não estarei no mercado no Natal”, afirmou, revelando que já consultou um advogado especializado em falências. “As pessoas ficarão na fila para comprar produtos que custam o dobro ou o triplo do preço anterior.”

Mesmo com uma mudança recente no tom de Trump em relação à China, representantes da indústria consideram que os danos já estão em curso. “O Natal é a época mais importante para nós”, disse Gold. “Se não conseguirmos trazer os produtos, não haverá um setor de Natal aqui. O produto vem todo da China.”

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Last Update: 01/05/2025