Lindbergh Farias (*)

 

Neste 1º de Maio, Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, há muito o que ser comemorado pela classe trabalhadora brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato, em pouco mais de dois anos reverteu os retrocessos implementados pelo governo anterior, resgatando conquistas e políticas públicas em defesa dos trabalhadores.

Um dos principais avanços foi a retomada da política de aumento real do salário mínimo, interrompida em 2016, depois do golpe contra Dilma Rousseff, e mantida pelo governo militarista Bolsonaro. É assim que, segundo dados levantados pela Fundação Getúlio Vargas, a renda dos 50% de trabalhadores mais pobres foi a que mais subiu em 2024.

O estudo da FGV mostra que a renda da parcela dos trabalhadores com menores salários subiu 10,7% acima da inflação, superando a classe média, que teve aumento de 8,7% no ano passado. Os mais ricos, ou seja, quem tem maior ganho financeiro, tiveram crescimento de renda de 6,7%.

Com Lula, passamos a ter aumentos reais do salário mínimo. Em 2024, o valor foi fixado em R$ 1.412, uma alta de 6,97% em comparação aos R$ 1.320 em vigor em 2023, valor herdado do governo anterior. Um aumento real de 3%. Em janeiro deste ano, aumentou 7,5%, chegando a R$ 1.518,00. Ante uma inflação de 4,77% em 2024, o ganho real foi de 2,7%. Um reflexo positivo é que esses aumentos influenciaram o incremento do salário de várias categorias de trabalhadores que ganham além do mínimo.

No governo Bolsonaro, o salário mínimo ficou estagnado e, pior, em 2021 o reajuste foi abaixo da inflação. Os neoliberais e os fanáticos da extrema direita, insensíveis para a realidade do povo, ignoram que garantir aumento real do salário mínimo é beneficiar milhões de brasileiros e, também, assegurar a injeção de bilhões de reais no comércio e setor de serviços. Isso faz com que a roda da economia gire, num ciclo virtuoso.

Nunca é demais lembrar também que o salário mínimo nacional está vinculado a várias políticas sociais, como o seguro-desemprego, o abono salarial, a aposentadoria e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Os números dimensionam a importância da valorização do salário mínimo. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59 milhões de pessoas no Brasil têm rendimento ligado ao salário mínimo. Cerca de 19 milhões de aposentados e pensionistas recebem o mínimo.

Outro estudo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a  renda média dos trabalhadores brasileiros em 2025, no trimestre encerrado em fevereiro, atingiu R$ 3.378, o maior valor desde o início da série histórica em 2012.  Esse feito consolida a recuperação econômica e as políticas de valorização do trabalho implementadas por Lula da Silva desde que assumiu o terceiro mandato, em 2023.

Além do aumento real na renda, o mercado de trabalho registrou outros avanços significativos: o número de empregados com carteira assinada chegou a 39,6 milhões, também um recorde. No trimestre encerrado em fevereiro de 2025, a taxa de desemprego de 6,8% foi a menor para o período em 11 anos. Ainda neste semestre, foi autorizado pelo Governo Lula o saque no valor de até 3 mil reais de FGTS, alcançando mais de 12 milhões de pessoas que tinham sido demitidas desde 2020 e não puderam sacar o fundo.

Ao longo do período, o Governo Lula se esmerou em construir alternativas de proteção social para trabalhadores por aplicativos, linhas de crédito mais favoráveis para microempreendedores individuais (MEI) e consolidar a fiscalização para o Brasil avançar na superação da desigualdade de salário entre mulheres e homens para igual função na iniciativa privada, fruto de lei aprovada em 2023.

Os avanços são importantes, mas temos ainda grandes desafios pela frente. É preciso enfrentar a resistência do Congresso a propostas como a taxação de dividendos e a redução da jornada sem corte da remuneração e o fim da jornada 6 X 1.

Para os trabalhadores, outra pauta crucial é o projeto de lei (PL 1.087/2025) do Governo Lula que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil e embute justiça tarifária, com taxação das camadas mais ricas da sociedade. Além disso, é fundamental aprovar a medida provisória (MP  1292/2025) do crédito consignado, que tem o potencial de beneficiar 40 milhões de brasileiros.

O 1º de Maio em 2025 simboliza a recuperação de direitos e a redução da pobreza, mas também evidencia desafios persistentes, inclusive o enfrentamento à precarização do trabalho em plataformas digitais.  A data deve servir não apenas para comemorar, mas também para reafirmar a luta por melhores condições de trabalho, salários dignos e justiça social.

 

(*) Deputado federal (PT-RJ) e líder do partido na Câmara dos Deputados

 

 

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Last Update: 01/05/2025