Neste 1º de Maio, o Partido da Causa Operária (PCO) realiza em São Paulo o único ato verdadeiramente classista do Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores. Enquanto as entidades sindicais patronais e pelegas transformam a data histórica em espetáculo musical financiado por bancos, empresas e pela própria Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o PCO convoca os trabalhadores a ocupar as ruas com um programa de reivindicações concreto, combativo e independente da burguesia.

A manifestação será realizada na Praça Oswaldo Cruz, a partir das 9 horas da manhã, reunindo trabalhadores, militantes, movimentos populares e delegações de diversos estados, como Paraná e Rio de Janeiro, em torno de uma campanha nacional por um 1º de Maio de luta. Após o ato, os participantes seguirão para um momento de confraternização no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP-SP), onde será realizado um churrasco a partir das 14 horas. A atividade será realizada na sede do centro cultural, localizada na Rua Conselheiro Crispiniano, 73, no Centro da capital.

Como ocorre desde o início da chamada frente ampla do governo Lula, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu não convocar nenhum ato nacional unificado neste 1º de Maio, limitando-se a ações locais esvaziadas, ao mesmo tempo em que aceita participar, como “convidada”, do evento promovido por organizações patronais como a Força Sindical, UGT, CSB, Nova Central e Pública.

Essas entidades — financiadas diretamente pelo grande capital — preparam mais uma edição da tradicional “festa dos patrões”, baseada em sorteios de automóveis, shows de artistas e discursos que não passam de declarações inócuas. Trata-se de uma tentativa, mais uma vez, de esvaziar o caráter revolucionário do 1º de Maio e reforçar a desmobilização da classe operária, exatamente nos moldes impostos pela ditadura militar.

Em contraposição a essa política de capitulação, o PCO convoca os trabalhadores a retomar o verdadeiro conteúdo do 1º de Maio: uma jornada internacional de luta e enfrentamento contra o imperialismo e contra o sistema de exploração capitalista. O partido destaca que o Brasil vive uma situação explosiva, marcada pelo agravamento da crise social, pelo avanço da miséria e da fome, e por uma política econômica inteiramente submetida aos interesses do sistema financeiro internacional.

Nas palavras de William Silva, militante do PCO em São Paulo e integrante da equipe de convocação do ato:

“A gente intensificou nos últimos três dias a convocação e o resultado foi satisfatório. A gente usou tudo que estava ao nosso alcance, convocamos o máximo de pessoas possíveis — militantes, amigos de militantes, simpatizantes e até amigos de simpatizantes. A gente acredita que esse ato vai ser muito bom, vai surpreender bastante. Temos a previsão de fazer um grande ato, notável e combativo, como a classe trabalhadora merece. É o dia mais importante da classe operária, e vamos dar uma resposta aos golpistas e também à esquerda pequeno-burguesa que não gosta da campanha de rua. Nos colocamos à disposição para fazer tudo o que fosse necessário para garantir um ótimo ato neste 1º de Maio.”

A manifestação deste ano levanta um programa claro, necessário e viável para enfrentar a crise atual e mobilizar o povo trabalhador:

Aumento emergencial de 100% do salário mínimo e de todos os salários;

Redução da jornada para 35 horas semanais, sem redução salarial;

Cancelamento da dívida pública e fim do pagamento de juros ao sistema financeiro;

Exploração soberana do petróleo nacional e estatização da Petrobras sob controle dos trabalhadores;

Estatização do sistema financeiro e das empresas privatizadas;

Fim da “independência” do Banco Central e redução imediata das taxas de juros;

Reforma agrária com expropriação do latifúndio improdutivo.

Trata-se de um programa que rompe com a política de submissão ao imperialismo e recoloca a classe operária no centro da luta política nacional. Um ato que denuncia não apenas os capitalistas e seus agentes diretos, mas também as direções pequeno-burguesas que mantêm os trabalhadores atrelados a uma frente ampla com a burguesia, impedindo qualquer avanço real na luta por suas reivindicações.

Enquanto o imperialismo avança com guerras, massacres e a destruição de direitos em escala global, como se vê na ofensiva da OTAN e no genocídio levado a cabo por “Israel” no Oriente Médio, o ato do PCO se coloca como parte de uma jornada internacional contra a dominação capitalista. Um chamado à reorganização do movimento operário sobre bases verdadeiramente revolucionárias e independentes.

Neste 1º de Maio, o recado é claro: não vá ao circo armado pelos patrões e seus agentes. Vá ao ato da classe operária. Vá com quem defende a independência dos trabalhadores.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 01/05/2025