Na última terça-feira (29), foi ao ar mais uma edição do tradicional programa Análise Política de Terça, apresentado por Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), ao lado de Francisco Weiss e João Jorge. O tema central foi Anistia: a ditadura do STF contra o Congresso.
Entre os destaques do programa, esteve o escândalo envolvendo a intimação de Jair Bolsonaro (PL) enquanto o ex-presidente estava internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Pimenta condenou veementemente a medida:
“O STF está aproveitando o que eles acham que é a popularidade deles, que está despencando. Estão aproveitando o apoio da imprensa e do PT para passar por cima de qualquer direito democrático”, afirmou o dirigente marxista.
Sobre o mesmo episódio, Pimenta completou:
“Isso que fizeram com o Bolsonaro é absurdo. Não sei como alguém consegue apoiar uma coisa dessas. Que a esquerda apoie isso aí é uma bancarrota total e completa.”
Para Pimenta, os abusos do Supremo escancaram o fim do Estado Democrático de Direito:
“Estão abolindo o Estado Democrático de Direito”, declarou, ressaltando que as leis que deveriam limitar a ação opressora do Estado estão sendo pisoteadas. “O que estamos vendo aqui é um Estado sem freio, sem lei, o exato oposto do Estado de Direito. Alexandre de Moraes é a antítese do Estado Democrático de Direito”.
O programa também abordou o escândalo no INSS, que Pimenta apontou como uma possível armação destinada a explodir contra o governo Lula. Comentou ainda o fim melancólico do PSDB e a falência do chamado “centro político”.
A análise começou com a eleição federal no Canadá, que Pimenta classificou como uma manobra da burguesia para manter o Partido Liberal no poder. Segundo ele, trata-se de uma sigla do imperialismo, equiparada ao Partido Democrata dos EUA e à social-democracia alemã.
“Essas manobras eleitorais revelam a crescente erosão do regime político dito democrático em todos os países do mundo”, disse. “Democracia é uma espécie de nome fantasia do domínio dos especuladores, do mercado financeiro… dos donos do mundo”, concluiu o dirigente.
Para Pimenta, o processo é universal:
“A democracia está em estado terminal”, afirmou. Trata-se de “um regime condenado.”
Outro tema de grande destaque foi a recente declaração do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em que atacou a Resistência Palestina, chamando os combatentes de “filhos de cães” e responsabilizando o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) pelo genocídio. Abbas também apelou pela libertação dos prisioneiros sionistas.
Pimenta classificou Abbas como um “agente do imperialismo e do sionismo”, sustentado por verbas internacionais justamente para garantir que “Israel” não precise manter tropas na Cisjordânia, como fazia em Gaza:
“É criminosa a tentativa dele de justificar o genocídio do povo palestino.”
Segundo o dirigente, a fala de Abbas ocorre no contexto de uma nova ofensiva imperialista em várias frentes: Gaza, Cisjordânia, Irã, Síria e Iêmen. A declaração provocou duras reações de todas as organizações da resistência, escancarando o repúdio à OLP e à Autoridade Palestina — organizações cada vez mais isoladas e impopulares entre os próprios palestinos.
“Os israelenses estão queimando um cartucho importante. Porque a reação é inevitável. Quem vai apoiar esta declaração?”, questionou Pimenta, destacando a repercussão negativa generalizada.“É uma organização corrupta, que recebe dinheiro do sionismo e do imperialismo para reprimir os palestinos”.
Pimenta também apontou que a declaração recente de Ualid Rabah no Brasil — presidente da Federação Árabe Palestina — ecoa as palavras de Abbas. Segundo ele, o imperialismo e o sionismo estão pressionando todos os seus aliados em uma política de “tudo ou nada”:
“Ceder ao Hamas significaria o colapso. Por isso, são obrigados a seguir com uma ofensiva que, ao que tudo indica, está fadada ao fracasso.”
O tema principal da análise foi o avanço da ditadura judicial do STF, agora voltada abertamente contra o Congresso Nacional. Pimenta afirmou que o Supremo abandonou qualquer função jurídica e atua como uma instituição política, acima da lei:
“Isso aí é um partido político. Tribunal não faz propaganda política; quem faz propaganda política é partido”, criticou Pimenta, comentando as declarações de Luís Roberto Barroso, que afirmou que os atos do 8 de janeiro foram “imperdoáveis” e que “anistia é sobre perdão”.
Ao comentar o caso da prisão dos manifestantes, Pimenta destacou a absurda ilegalidade da operação conduzida pelo STF:
“É um escândalo nacional o problema da prisão do pessoal. O caso desta moça, a moça do batom, colocou em evidência que isso é uma operação ilegal e criminosa do STF. Foi feita uma pesquisa que mostrou que 75% da população é contra a prisão.”
Pimenta concluiu dizendo que a esquerda deveria refletir sobre sua posição, pois ao apoiar a repressão do STF, se coloca contra o povo:
“Todo mundo sabe que não houve golpe no dia 8 de janeiro.”
Para assistir ao programa completo da Análise Política de Terça, acesse o vídeo no canal oficial: