
Os brasileiros não querem saber de anistia para os golpistas do 8 de janeiro. Não querem que Bolsonaro seja beneficiado por eventuais atenuantes de penas para os manés e terroristas da invasão de Brasília.
E querem que Bolsonaro seja preso. É o que dizem as pesquisas. Mas outras amostragens que se repetem, essas sobre as intenções de voto para 2026, colocam Bolsonaro em condições de se manter na disputa, e como candidato competitivo.
Se os desejos mais urgentes de Bolsonaro não são os mesmos da maioria dos eleitores, o que explica os resultados das pesquisas sobre 2026, algumas produzidas por institutos terrivelmente estranhos?
O Datafolha, que há três semanas quase tirou Bolsonaro do jogo (perderia para Lula por 49% a 40%), está tão errado em relação a Atlas e Paraná, que devolvem o sujeito ao embate do qual, por ser inelegível, ele nem pode participar?
As performances da UTI fizeram bem a Bolsonaro? Confirma-se que, em quaisquer circunstâncias, o que importa hoje é a superexposição? Mesmo que seja a da degradação física?
Tentem encontrar pesquisas semelhantes depois da condenação de Lula pela Lava-Jato. Com Lula a caminho do cárcere político, em situação irreversível, e sendo apresentado como candidato. Essas pesquisas não existem.
Com Bolsonaro é diferente. O líder do golpe é mantido na vitrine, todos os meses, porque a velha direita precisa ganhar tempo. Porque Tarcísio, Zema, Caiado e Ratinho não são fortes como deveriam ser.
O esforço é para que Bolsonaro se mantenha aparentemente vivo para dizer qual deles terá a sua bênção. Os jornalões e os institutos de pesquisa terrivelmente estranhos fazem, a seu modo, o seu 8 de janeiro.

É preciso produzir caos, a partir de informações confusas e do ataque sistemático a Lula, a Haddad e a tudo o que representa o poder a ser destruído. As corporações de mídia fazem, do seu jeito, com suas ‘notícias’, o que os invasores fizeram no ataque a Brasília.
Precisam manter e se possível ampliar um cenário caótico, para que Bolsonaro seja visto como um ser ainda vivo e assim o imponderável se manifeste. O imponderável seria a aparição de alguém com o perfil que antigamente definia um tucano.
No imponderável de 2018, a criatura produzida acabou sendo Bolsonaro. Em 2022, deveriam ser João Doria ou Simone Tebet. Mas eles não conseguiriam vencer Lula. E Bolsonaro foi escalado de novo.
Hoje, a velha direita aceita um Tarcísio de Freitas, fingindo não saber o que ele será no poder, mesmo sabendo que estará amarrado do pescoço aos pés ao bolsonarismo. Mas Tarcísio vacila e não é confiável.
Por isso é preciso prolongar a sensação de confusão, sugerindo que um Bolsonaro inelegível e doente ainda está no jogo. Batendo no que se mexer no governo. Desqualificando Lula e Janja. E vaiando o PIB e o emprego.
Esse é o 8 de janeiro permanente do que chamavam de elites e que hoje é uma coisa disforme que junta Faria Lima, fazendeiros, grileiros, garimpeiros, milicianos, os 300 das facções do Congresso, a Globo, a Folha, o Estadão e os institutos Paraná da vida.
Cada um faz a sua parte na quebradeira que atinge, como foi no 8 de janeiro, os três poderes. É preciso depredar o que resta de bom senso nas instituições e o que ainda temos da resistência e da bravura de Alexandre de Moraes. A velha direita golpista não para de trabalhar para o novo fascismo.
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