A estratégia glocal — junção dos conceitos global e local — tem se consolidado como um caminho para o crescimento sustentável de marcas em diferentes setores.
O modelo se baseia na expansão internacional com atenção às particularidades culturais, sociais e econômicas de cada mercado.
Nos últimos anos, o avanço da digitalização e a exigência dos consumidores por maior personalização ampliaram a adoção desse formato.
Com isso, empresas conseguem manter sua identidade central enquanto adaptam a comunicação, os produtos e os serviços ao contexto regional.
Tecnologia e dados culturais ampliam a personalização
Para fortalecer essa abordagem, o uso de tecnologia e análise de dados tornou-se peça-chave.
De acordo com Gian Martinez, CEO da Winnin — plataforma que utiliza inteligência artificial para mapear tendências culturais a partir do consumo de vídeos —, o sucesso da estratégia está na combinação entre dados e cultura.
Segundo ele, marcas que adotam o modelo glocal conseguem manter coerência global e, ao mesmo tempo, dialogar com as realidades de cada mercado.
“As empresas que utilizam os dados culturais da Winnin mantêm sua identidade global consistente e se conectam de forma profunda com as culturas locais”, afirma Martinez.
Esse diferencial tem se destacado em um cenário competitivo, no qual a atenção dos consumidores é disputada por marcas e criadores de diversos países.
Ele cita a Netflix como exemplo de empresa que adotou o modelo glocal e ampliou seu engajamento internacional por meio da adaptação de conteúdos e narrativas regionais.
Cultura sul-coreana exemplifica impacto do modelo
Um dos maiores exemplos da estratégia glocal está na difusão da cultura sul-coreana.
Elementos como K-pop, K-dramas, K-beauty e K-food ultrapassaram fronteiras e passaram a influenciar indústrias como moda, entretenimento, gastronomia e beleza.
Com base nisso, empresas de diferentes países têm explorado esse universo com ações inspiradas no estilo de vida coreano.
Co-criações, lançamentos temáticos e colaborações com artistas locais são algumas das estratégias que reforçam o apelo cultural e ampliam o desejo dos consumidores.
Assim, os produtos deixam de ser apenas itens de consumo e passam a integrar movimentos culturais, aumentando o alcance e a relevância das marcas globalmente.
Modelo amplia engajamento e acelera inovação
Além disso, o modelo glocal permite que as empresas ajustem suas estratégias com mais rapidez diante das mudanças no comportamento do consumidor.
Segundo Martinez, “ao combinar a força de uma presença global com a identidade local, as empresas conseguem se conectar com profundidade ao público e responder com agilidade às novas demandas regionais”.
Essa flexibilidade se torna ainda mais importante em um contexto de aceleração digital e transformação dos hábitos de consumo.
Por fim, o modelo glocal fortalece a inovação e reforça a competitividade das marcas em escala internacional.