
Logo após ser ameaçado pelo deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES), Lindbergh Farias (PT-RJ) usou o X, antigo Twitter, para denunciar o clima insalubre criado pela extrema-direita no Congresso. O petista explicou que as agressões verbais começaram após sua defesa de Glauber Braga (PSOL-RJ), que sofre o risco de ter o mandato cassado por uma perseguição política iniciada por Arthur Lira (PP-AL).
Após a confusão, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que vota o recurso contra cassação de Glauber, Lindbergh lembrou de opositores políticos do PSDB, como José Serra e Aécio Neves, com quem tinham embates quentes, mas que depois “sentava para conversar, cada um com seus números”, mas que conviviam em paz.
“A gente tem vivido tempos difíceis aqui”, disse o parlamentar em direção a Glauber, comentando que quase foi destinado a fazer companhia ao pesolista na lista de possíveis cassados. Ele confessou que durante a abordagem agressiva de Gilvan, pensou em revidar as agressões.
“Eu não agrido. Eu não vou no pessoal xingando, eu não faço isso (…) Hoje eu fui submetido a uma situação por um deputado que recorre [a esse tipo de estratégia]”, desabafou Lindbergh.
Fiz uma fala emocionada em defesa do mandato do @Glauber_Braga no calor do momento de uma agressão que sofri por parte de um parlamentar bolsonarista que desejou a morte de Lula na Comissão de Segurança Pública. O clima na Casa está insalubre! #GlauberFica pic.twitter.com/pCVpSHFIjv
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) April 29, 2025
“Passou uma hora, mas eu ainda não estou recuperado. Porque o sujeito me chamou de tudo que se possa imaginar, todo tipo de coisa. Sabe quando você fica em uma situação de desequilíbrio? Na hora eu lembrei de ti, Glauber. E ele ficou com a cara na minha frente e na hora me veio, mas veio uma luz, com certeza de Deus: ‘ele quer que você bata’. É a segunda vez em um mês”, completou.
O mote para o processo de cassação de Glauber Braga é a agressão a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) que, dentro da Câmara, abordou o deputado pela sétima vez com ofensas a ele e sua mãe, que na data estava internada e faleceu 15 dias depois.
Lindbergh também relembrou que três semanas atrás, no dia 8 de abril, Gilvan disse, abertamente, que deseja a morte do presidente Lula (PT), incitando seus seguidores a tramarem alguma violência contra o petista.
Briga entre Lindbergh e Gilvan:
A confusão ocorreu durante a presença do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em uma audiência da Comissão de Segurança Pública, e exigiu a intervenção de colegas parlamentares e da polícia legislativa para evitar agressões físicas. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ouvir Gilvan desafiando a continuar a briga onde não poderiam ser separados: “Fala isso lá fora”.
O tumulto começou quando o bolsonarista, utilizando seu tempo como líder do PL, fez duras críticas ao governo Lula (PT). O parlamentar capixaba chamou o presidente de “descondenado” e afirmou que a gestão petista está “importando corruptos”.
“O senhor tem ciência de que participa de um governo corrupto? Um governo que saqueou a Petrobras, que saqueou os Correios, os fundos de pensões… Os maiores escândalos de corrupção do País se encontrou no governo do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Uma vergonha pessoas que se dizem honestas participando de um governo do qual esse descondenado deveria estar preso pagando pelos seus crimes”, disparou Gilvan.
A provocação levou Lindbergh Farias a pedir questão de ordem, citando o inciso 12 do artigo 73 do Regimento Interno da Câmara, que proíbe referências descorteses ou injuriosas a autoridades.
Confusão na Comissão de Segurança Pública. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), tiveram de ser contidos pela Polícia Legislativa. Confira na coluna 👇🏽 @Metropoles https://t.co/tqKARAzegP pic.twitter.com/SZGx3riJ9b
— Igor Gadelha (@igorgadelham) April 29, 2025
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