Francisco Wanderley Luiz morreu aos 59 anos tentando explodir o STF. Foto: reprodução

A Polícia Federal encerrou as investigações sobre o atentado ocorrido em frente ao Supremo Tribunal Federal em 13 de novembro de 2024, concluindo que o bolsonarista Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, agiu sozinho quando detonou um artefato explosivo próximo ao prédio do STF.

Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a PF afirmou que não houve participação ou financiamento de terceiros e que a motivação do crime foi o extremismo político.

“A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a defesa da sociedade e com a preservação do Estado Democrático de Direito e de suas instituições e segue vigilante e preparada para responder, com rigor técnico, imparcialidade e eficácia a quaisquer ameaças à ordem constitucional do país”, disse a corporação em comunicado oficial.

Detalhes da investigação

Durante as apurações, a PF utilizou diversos meios de prova, incluindo análise de comunicações, dados bancários e fiscais, exames periciais em todos os locais vinculados aos fatos, reconstituição cronológica das ações do autor e oitiva de mais de uma dezena de testemunhas. As conclusões foram encaminhadas ao STF.

O laudo necroscópico confirmou que Tiü França morreu devido a um traumatismo cranioencefálico causado pela explosão do artefato que ele próprio acionou.

A perícia do Instituto Nacional de Criminalística (INC) revelou uma fratura extensa no lado direito do crânio e amputação dos dedos da mão direita, indicando que o artefato estava próximo à cabeça no momento da detonação.

Os investigadores descobriram que o atacante utilizava bombas improvisadas montadas com pólvora e fragmentos metálicos, como porcas e arruelas.

“Esse tipo de bomba aumenta a pressão dentro do tubo, que ao ser rompido lança estilhaços com força e grande alcance, causando ferimentos graves em quem estiver próximo”, detalhou a PF.

Na casa alugada pelo bolsonarista em Ceilândia, região do entorno de Brasília, foram encontradas pelo menos oito bombas semelhantes. Entre os objetos apreendidos, chamou atenção uma roupa com estampas de dominós, que pode indicar um “efeito dominó” planejado pelo atacante, sugerindo a intenção de realizar uma cadeia de eventos ou ataques similares.

Eduardo Bolsonaro e Francisco Wanderley Luiz, o Tiu França. Foto: reprodução

Em um espelho da residência, os agentes encontraram três frases escritas, incluindo o nome “Débora Rodrigues” em batom e a mensagem: “Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas! Estátua de merda se usa TNT”, em referência à bolsonarista que ficou famosa por escrever “perdeu, mané” no monumento “A Justiça”, em frente ao STF, mesmo local em que Tiü França morreu.

Vizinhos relataram comportamentos estranhos do suspeito, incluindo a entrega de uma nota de dólar com seu próprio nome, insinuando que em breve “valeria muito”. O homem, natural de Santa Catarina, já havia expressado opiniões extremistas nas redes sociais, com ameaças a políticos e personalidades da mídia.

Francisco Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e atuava como chaveiro.

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Last Update: 29/04/2025