O imperialismo norte-americano cometeu, na madrugada desta segunda-feira (28), mais um crime bárbaro contra o povo iemenita. Caças dos Estados Unidos bombardearam o Complexo Correcional de Saada, que abrigava migrantes africanos, assassinando 114 pessoas. Segundo informações da emissora libanesa Al Mayadeen, a maioria das vítimas era de migrantes oriundos de países africanos, detidos sob custódia iemenita.

De acordo com fontes locais, os hospitais da província de Saada encontram-se sobrecarregados e incapazes de prestar atendimento adequado ao elevado número de feridos. Equipes médicas relataram que trabalham sob imensa pressão e com escassez de recursos para tentar salvar os sobreviventes. “Estamos testemunhando um novo massacre em Saada, um testemunho do nível de criminalidade dos Estados Unidos, da sua confusão e de seu grande fracasso”, declarou um membro das equipes de resgate à Al Mayadeen.

Antes do massacre, a aviação norte-americana já havia realizado quatro bombardeios consecutivos no distrito de Bart al-Anan, na província de al-Jawf. Também foram registradas agressões no distrito de Bani al-Harith, em Sanaa, capital do país, onde 12 civis, entre eles duas mulheres e três crianças, foram mortos ou feridos.

A escalada de violência vem sendo denunciada sistematicamente pelo governo iemenita. O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos em Sanaa emitiu, nesta segunda-feira (28), um comunicado afirmando que os ataques norte-americanos já causaram a morte e ferimentos em mais de 1.300 civis apenas nos últimos meses, além de devastarem a infraestrutura do país, atingindo portos, hospitais, residências e centros civis – número que não leva em conta o ataque da madrugada de segunda-feira.

O comunicado, publicado pela agência de notícias estatal Saba News, destacou que “os Estados Unidos cometeram crimes de guerra contra a humanidade, bombardeando sistematicamente áreas civis em Sanaa, Hodeida e Saada, em violação flagrante do direito internacional humanitário”. O ministério exigiu a responsabilização imediata dos agressores pela comunidade internacional.

O bombardeio no centro de migrantes foi apenas o mais recente de uma longa lista de crimes. No dia 26 de abril, os EUA haviam lançado intensos ataques aéreos contra a ilha de Kamaran e o porto de petróleo de Ras Isa, ambos na província de Hodeida, na costa do Mar Vermelho. No dia seguinte, em 27 de abril, oito civis foram assassinados em Thaqban, Sanaa, em ataques que atingiram predominantemente mulheres e crianças.

Em meio às denúncias crescentes, o governo norte-americano anunciou que passará a restringir a divulgação de informações sobre suas operações no Iêmen. Alegando “segurança operacional”, o Comando Central dos EUA (CENTCOM) declarou que continuará bombardeando o país, mas não informará detalhes sobre alvos ou resultados das operações, tentando ocultar o impacto devastador sobre a população civil.

O governo de Donald Trump, responsável pela intensificação da agressão, afirmou que os ataques só cessarão quando o Iêmen interromper suas operações contra o transporte marítimo no Mar Vermelho — operações que têm como objetivo bloquear navios ligados à entidade sionista, em solidariedade à resistência palestina diante do genocídio em Gaza.

Segundo o próprio governo norte-americano, mais de 800 ataques foram realizados contra o Iêmen desde meados de março, uma campanha militar que visa, abertamente, proteger “Israel” e sufocar o apoio da resistência iemenita à luta palestina.

Em resposta às chacinas promovidas pelo imperialismo, as Forças Armadas do Iêmen realizaram uma nova ofensiva militar. De acordo com o porta-voz militar iemenita, brigadeiro-general Iahia Saree, as forças de resistência lançaram uma operação coordenada contra o porta-aviões USS Truman e seus navios de apoio, utilizando uma combinação de mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (VANTs).

A ação forçou a retirada da frota norte-americana da área, demonstrando a capacidade militar da resistência em impor perdas ao imperialismo. Paralelamente, as forças iemenitas atacaram um alvo estratégico em Ascalão, na Palestina ocupada, utilizando drones do tipo Yafa.

Saree reiterou que as operações da resistência continuarão enquanto persistirem os ataques norte-americanos e a agressão sionista contra Gaza. “Não cessaremos enquanto as agressões contra Gaza e o Iêmen não forem interrompidas”, afirmou o porta-voz em comunicado oficial.

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Last Update: 29/04/2025