Na manhã de sábado (26), cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Acampamento Esperança, no município de Dourados (MS), ocuparam o latifúndio pertencente à JBS, às margens da rodovia MS-379, próximo ao distrito de Panambi.
Apesar de terem ocupado um latifúndio improdutivo há, pelo menos, 12 anos, as famílias sofreram mais um ataque dos latifundiários e do governo do estado do Mato Grosso do Sul, sob o comando do tucano Eduardo Riedel.
Logo após a ocupação, a Polícia Militar foi acionada e enviada pelo governador do estado para, mais uma vez, realizar um despejo ilegal, sem autorização judicial e de maneira extremamente violenta.
Ainda no dia 26, policiais ameaçaram as famílias acampadas ao menos três vezes. Diante da resistência das famílias, o governo do estado organizou um enorme ataque com a utilização do Batalhão de Choque da criminosa Polícia Militar, com apoio do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) — conhecido por ser a milícia estatal dos latifundiários para atacar sem-terra e índios em ocupações e retomadas de terra —, para jogar as centenas de famílias novamente na rua.
No momento do despejo, a Polícia Militar escoltou os latifundiários e utilizou veículos para a retirada e destruição de todo o acampamento e dos bens das famílias que estavam no local. Sem qualquer autorização judicial, o governo do estado novamente realizou o despejo violento, método ilegal que se tornou padrão para o governo do tucano no Mato Grosso do Sul.
Diante dessas arbitrariedades, a esquerda e o governo federal se calam vergonhosamente. Os despejos ilegais ocorrem em todas as ocupações e retomadas no Mato Grosso do Sul, e o silêncio do Ministério da Justiça, do ministro Ricardo Lewandowski, e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), da ministra Sônia Guajajara, são indicativos de um acordo com um dos governos mais violentos contra os que lutam pela terra e pela reforma agrária, violando constantemente as leis brasileiras.
Segundo fontes anônimas ouvidas por este Diário, o silêncio do Partido dos Trabalhadores (PT) do Mato Grosso do Sul também é fruto de um acordo do governador bolsonarista Eduardo Riedel com Zeca do PT, que possui cargos dentro do governo dos latifundiários. O mesmo ocorre com o PSOL, cujo candidato ao governo nas últimas eleições teria apoiado Eduardo Riedel em troca de cargos no governo estadual.
É preciso denunciar o governo dos latifundiários e o apoio da esquerda que se silencia diante dos ataques de um dos governos que mais atacam índios e sem-terra no País. É necessário organizar comitês de autodefesa e uma onda de ocupações e retomadas para garantir a reforma agrária no estado.