
Em 28 de abril de 1945, há 80 anos, Benito Mussolini foi capturado e executado por partisans italianos. A morte do ditador simbolizou o colapso do fascismo no país após mais de duas décadas de regime autoritário.
Fundador do Partido Fascista, Mussolini comandou a Itália entre 1922 e 1943, impondo uma ditadura que perseguiu trabalhadores, eliminou adversários políticos e esteve envolvida em graves crimes de guerra. Seu governo, alinhado ao de Adolf Hitler, arrastou o país para a Segunda Guerra Mundial, colaborando com as ofensivas do Eixo que devastaram a Europa e custaram a vida de milhões.
O enfraquecimento do fascismo se aprofundou com as derrotas militares e as crises internas. Deposto em 1943, Mussolini tentou se manter no poder à frente da República de Salò, um Estado-fantoche sustentado pela Alemanha nazista. Sua tentativa fracassou diante da ofensiva da Resistência Italiana.
Após ser capturado, Mussolini foi fuzilado junto a Clara Petacci e outros seguidores. Seus corpos foram levados a Milão e expostos publicamente, no mesmo local onde, anos antes, o regime havia exibido cadáveres de opositores.
Das origens socialistas ao fascismo
Nascido em 1883, na região da Emília-Romanha, Benito Mussolini cresceu sob influência do pai, Alessandro Mussolini, um ferreiro de ideias anarquistas e socialistas. Durante a juventude, viveu na Suíça, participou de movimentos operários e enfrentou prisões e deportações.
De volta à Itália, ingressou no Partido Socialista e chegou a editar o jornal “Avanti!”. No entanto, seu apoio à entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial provocou sua expulsão do partido em 1914. No mesmo ano, fundou o “Fascio d’Azione Rivoluzionaria” e, posteriormente, lançou o jornal “Il Popolo d’Italia”.
Em 1921, criou o Partido Nacional Fascista, consolidando uma guinada política em direção ao nacionalismo autoritário.
Crise econômica, apoio da elite e ascensão ao poder
A Itália do pós-guerra enfrentava desemprego, inflação e agitação social. No chamado “Biênio Vermelho”, entre 1919 e 1920, o país viu greves e ocupações de fábricas, o que assustou as elites econômicas.
Mussolini soube explorar o descontentamento, adotando um discurso que misturava nacionalismo agressivo e promessas sociais. Contou com o apoio financeiro de grandes empresas como Fiat, Pirelli e Olivetti, além de receber respaldo da imprensa conservadora.
Em outubro de 1922, liderou a Marcha sobre Roma. Temendo uma guerra civil, o rei Vítor Emanuel III nomeou-o primeiro-ministro, entregando o governo ao fascismo.

A consolidação da ditadura fascista
Uma vez no poder, Mussolini moveu-se rapidamente para eliminar a democracia. Em 1923, aprovou a Lei Acerbo, que favorecia seu partido nas eleições. Em 1924, o assassinato do deputado Giacomo Matteotti, opositor ferrenho do fascismo, expôs a violência do regime.
Em 1925, Mussolini formalizou a ditadura. Proibiu partidos políticos, suspendeu liberdades civis e criou a polícia política OVRA. Intelectuais como Antonio Gramsci foram presos ou perseguidos. A elite empresarial permaneceu como uma base de sustentação, beneficiando-se da repressão trabalhista e de políticas econômicas favoráveis.
Aliança com Hitler e desastre militar
Ambicionando um império colonial, Mussolini lançou campanhas violentas na África, como a invasão da Etiópia, marcada por massacres de civis. A aproximação com a Alemanha nazista se intensificou, levando à formação do Eixo Roma-Berlim.
Inspirado por Hitler, Mussolini impôs leis raciais e interveio na Guerra Civil Espanhola ao lado dos franquistas. Em 1939, a assinatura do Pacto de Aço selou a aliança militar com a Alemanha.
Na Segunda Guerra Mundial, a Itália enfrentou sucessivas derrotas: no norte da África, na Grécia e na frente oriental. A economia entrou em colapso, e o sofrimento popular aumentou.
O fim do regime e a execução
Com o desembarque dos Aliados na Sicília, em julho de 1943, Mussolini foi destituído pelo rei e preso. Resgatado por uma operação alemã, liderou a República de Salò no norte da Itália, sob tutela nazista.
O avanço das tropas aliadas e da Resistência Italiana levou à libertação de Milão em 25 de abril de 1945. Tentando fugir, Mussolini foi capturado pelos partisans.
Em 28 de abril de 1945, foi executado com Clara Petacci e outros companheiros. Seus corpos foram levados à Piazzale Loreto, em Milão, expostos e pendurados de cabeça para baixo diante da população, num gesto simbólico de repúdio ao terror fascista.
A morte de Mussolini encerrou definitivamente o regime que mergulhou a Itália na violência e na guerra, abrindo caminho para a reconstrução democrática.
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