Ao reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados, o ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União-MA) ocupará o cargo de vice-líder do governo na Casa. Sua missão será difícil: aproximar o União Brasil do governo Lula (PT).
Apesar de ter três indicações na atual gestão, o União Brasil é um dos partidos mais “infiéis” nas votações de interesse do Planalto. Por isso, a escolha de Juscelino como um dos 20 vice-líderes do governo ganhou peso na articulação política comandada por Gleisi Hoffmann.
A avaliação interna é que a investigação da Polícia Federal e a denúncia da PGR não devem comprometer sua atuação como vice-líder do governo. O entendimento é que, na Câmara, ser alvo de inquérito é algo comum entre os parlamentares – portanto, não é visto como um impeditivo para a função.
Mesmo com a criação da superfederação entre União Brasil e PP, a ser oficializada na terça-feira 29, o governo ainda aposta que o partido presidido por Antônio Rueda poderá adotar uma postura mais alinhada, especialmente nas pautas econômicas.
Para 2025, o principal foco do governo Lula é a aprovação da reforma do Imposto de Renda e da PEC da Segurança Pública. Para esta última, foi escolhido justamente um deputado do União Brasil para ser relator na Comissão de Constituição e Justiça – o que causou reclamações na base, já que ele tem perfil bolsonarista.
No Senado
Se na Câmara a relação com o União Brasil permanece incerta, no Senado o cenário é mais favorável para o governo. O presidente Lula confia plenamente em Davi Alcolumbre (União-AP) para a condução e aprovação das pautas de interesse do Planalto.
Alcolumbre tem se mostrado alinhado a Lula em diversas frentes, e a orientação no governo é clara: fortalecer ainda mais a relação com o amapaense. A proximidade é tamanha que, na próxima viagem internacional de Lula, à China, marcada de 9 a 14 de maio, Alcolumbre já está confirmado como parte da comitiva presidencial.