Um fenômeno que não é novo, mas que vem assumindo uma fisionomia dramática em razão do volume e intensidade, atinge os órgãos vitais do regime sionista israelense.
Trata-se de ações que questionam abertamente a política que orienta o gabinete de governo do primeiro-ministro criminoso e genocida, Benjamin Netaniahu.
O regime sionista enfrenta o seu momento de maior crise, desencadeada com a bem sucedida operação militar do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em outubro de 2023, sucedida pelos enormes protestos que ocorreram desde então em todo o mundo contra o massacre que vem sendo perpetrado pelo exército sionista contra o povo palestino em Gaza, na Cisjordânia e outras localidades do território.
“Israel” está vivenciando, mais do que em qualquer outro momento, um vertiginoso crescimento, sem precedentes, de documentos (petições, cartas, declarações públicas) assinadas por centenas e milhares de pessoas de diversos setores sociais, todas amplamente divulgadas ao público do país. O conteúdo dessas ações traz um só apelo, que é a exigência do fim da guerra em Gaza, vale dizer, do enorme genocídio que o regime comandado pelo carniceiro Netanyahu e seu exército executam contra mulheres, crianças, idosos, jornalistas, voluntários de organizações humanitárias, etc., e toda a infraestrutura civil que já foi e vem sendo destruída nos territórios ocupados.
A repercussão dos protestos através das petições públicas está sendo enorme, o que obrigou o gabinete do primeiro-ministro a dar uma resposta, exigindo que a liderança do exército dispensasse todos os militares envolvidos na contundente campanha de condenação que é levada adiante na sociedade contra o governo genocida.
O movimento teve início com uma petição assinada por cerca de mil reservistas da Força Aérea e se expandiu por integrantes de várias unidades de combate e segurança, chegando a outros setores como sindicalistas, advogados, especialistas jurídicos, acadêmicos e, por fim, às famílias dos soldados mortos. Um fato relevante diz respeito ao conteúdo das petições que argumentam que a continuação da guerra atende a interesses políticos e pessoais, não a necessidades de segurança.
O epicentro da crise é a Força Aérea, o mesmo grupo de pilotos que, nos meses anteriores ao início das criminosas operações em Gaza, assinou petições semelhantes contra os esforços de reforma judicial e se recusou a participar de ações militares a serviço de um governo de direita. Acuada com o crescimento e a repercussão dos protestos, lideranças do exército temem novos protestos de militares, o que pode agravar uma situação que já é por demais explosiva no conjunto das Forças Armadas israelenses.
Merece destaque o fato de que as petições de protesto acontecem no momento em que se observa uma queda acentuada nas taxas de alistamento na reserva. Quando do início dos ataques sionistas em Gaza, o alistamento atingiu 130% nos primeiros meses; todavia, números recentes mostram um declínio para patamares de 60% a 70%, reflexo da crescente dificuldade em recrutar mais reservistas e amplificando os apelos pelo fim do massacre contra os palestinos.
O fato é que muito diferente do que se possa pensar, a ofensiva criminosa contra a população civil indefesa de Gaza, longe de representar uma demonstração de força do Estado sionista, é antes um sintoma da enorme crise que permeia toda a sociedade israelense, em primeiro lugar da coalizão de direita e extrema direita que dá sustentação ao combalido governo do genocida Netaniahu.