
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, revelou que o INSS tem adotado diversas medidas para combater fraudes nos descontos de benefícios como pensões e aposentadorias. Em entrevista à ‘Folha de S. Paulo’, ele garantiu que o governo não foi omisso, apesar das investigações sobre irregularidades no sistema previdenciário.
O ministro reconheceu que o sistema de descontos enfrentou abusos por parte de algumas instituições, mas defendeu que a maioria dos acordos fraudulentos foi firmada antes de 2023. Segundo Lupi, as investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que essas fraudes foram heranças de governos anteriores.
“Eu tenho certeza de que há muita safadeza, mas não podemos generalizar”, afirmou o ministro. Ele explicou que, para corrigir o problema, o INSS está tomando ações para restituir os beneficiários que foram prejudicados. Lupi também afirmou que a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi uma medida necessária para que a investigação avançasse.
Em junho de 2023, o ministro foi alertado sobre as fraudes em uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social. Lupi explicou que o processo de investigação levou mais tempo do que o esperado, mas assegurou que tomou providências assim que os relatórios foram apresentados, culminando na demissão do diretor de Benefícios, André Fidelis.
“Eu não fui omisso. O processo é complexo e envolve mais de 6 milhões de processos”, disse Lupi, destacando que as ações do INSS têm sido contínuas para combater a fraude e restaurar a confiança no sistema.

Carlos Lupi detalhou que, além da demissão de funcionários envolvidos, o INSS implementou portarias e instruções normativas para garantir mais segurança aos beneficiários. Ele também mencionou a utilização de biometria para evitar fraudes.
Quanto à restituição dos valores cobrados de forma irregular, Lupi explicou que o processo é complexo, com uma auditoria em andamento. Ele ressaltou que, a partir deste mês, os beneficiários prejudicados terão o valor devolvido, embora o recadastramento e a auditoria dos descontos ativos levem tempo.
Embora o ministro tenha ressaltado a gravidade das fraudes, ele também pediu que não se generalizasse as investigações, pois muitas associações e entidades são legítimas. Lupi explicou que, enquanto o governo está tomando medidas para corrigir os abusos, o sistema financeiro e as associações fraudulentas precisam ser responsabilizados, mas não há motivo para atribuir culpas indiscriminadas.
Lupi também comentou sobre as críticas que tem recebido dentro do governo. Alguns aliados do presidente Lula questionaram o desgaste político do ministro devido ao caso. Ele defendeu sua atuação e afirmou que a relação com o presidente permanece normal. “Minha função é trabalhar para resolver, e tenho a consciência tranquila de que fiz tudo o que podia”, afirmou.
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