Na manhã desta sexta-feira (25), o senador e presidente nacional do PT, Humberto Costa, reuniu-se com correligionários e militantes na sede regional do partido, no Rio de Janeiro. Em sua fala, o dirigente fez uma defesa firme do governo Lula, alertou sobre os riscos de uma extrema direita fortalecida no Congresso e cobrou uma autocrítica do PT. Para ele, o partido precisa aproveitar o Processo de Eleições Diretas (PED) para promover uma reforma política e estatutária que o reconecte com a base social que o fundou.

“Hoje nós temos um distanciamento da população, estamos um pouco longe do contato direto que tínhamos no início da estruturação do PT”, afirmou. A expectativa, segundo ele, é que o PED de julho seja disputado, mas que ao final produza unidade para enfrentar as dificuldades. “O partido ainda não teve tempo para parar e fazer uma reflexão sobre sua trajetória de 43 anos.”

Costa lembrou que o PT esteve em constante mobilização nos últimos anos – contra o impeachment de Dilma, pela libertação de Lula, em disputas eleitorais e na construção do atual governo. Agora, argumenta, é hora de parar para repensar o próprio partido. Ele citou como exemplo o partido Morena, do México, elogiando sua relação direta com a população. “São questões que a gente precisa discutir.”

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Prioridade: reeleição de Lula

Ao abordar a conjuntura política, o presidente do PT foi enfático: “A prioridade central é a reeleição do presidente Lula”. Apesar disso, alertou que o governo enfrenta uma correlação de forças desfavorável no Congresso. “Temos a presidência da República, mas não temos maioria nem na Câmara nem no Senado.” E advertiu: a extrema direita pode conquistar maioria no Senado em 2026. “Isso vai significar possibilidade de impeachment de ministro do Supremo, CPIs aos borbotões, rejeição de nomes do governo para o Banco Central, para os tribunais superiores, para as agências de regulação, para a diplomacia.”

Por isso, reforçou que a eleição para o Senado será estratégica. E defendeu alianças amplas, inclusive com setores do centro e da centro-direita, desde que compromissados com a estabilidade do governo. “Vai ter muitos lugares que, embora eu desejasse candidatura do PT, a gente vai ter que construir uma composição para garantir que dois senadores que vão para lá apoiem o governo.”

Humberto Costa finalizou sua fala destacando o bom desempenho do PT no Rio de Janeiro, onde o partido pode ampliar sua bancada federal e tem nomes competitivos para disputar o Senado em aliança com a base do governo. A palavra de ordem, agora, é unidade — dentro e fora do partido — para garantir governabilidade e continuidade do projeto democrático-popular iniciado com Lula.

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Da Redação

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Last Update: 25/04/2025