O deputado federal Rui Falcão formalizou, nesta sexta-feira (25), a inscrição de sua candidatura no Processo de Eleição Direta (PED) 2025, que vai definir, em julho, o próximo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). Falcão, ex-presidente da legenda (de 2011 a 2017), divulgou a correligionários manifesto próprio em que alerta sobre o sectarismo e sobre a decadência das democracias liberais e do capitalismo.

De acordo com o deputado, apesar de todos os esforços do governo Lula, “a recuperação do país ainda não foi suficiente para isolar e derrotar a extrema direita. Tampouco nos permitiu uma ofensiva sustentável contra ideias e valores liberais, avançando na construção da hegemonia de esquerda”.

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Falcão menciona as eleições de 2026, uma “batalha decisiva”, nas palavras dele, que se aproximam no horizonte da luta política.

“Daqui a alguns meses, nosso partido elegerá novas direções, e esse é um processo essencial para nos prepararmos para a campanha de reeleição do presidente Lula, ajustando nossa orientação política e nossa organização para um embate de tanta importância”, escreve.

As bandeiras do PT

Mais abaixo no manifesto, Falcão aborda as bandeiras inarredáveis do PT: a democratização da renda, o fim da escala seis por um, a resistência às pressões do baronato do setor financeiro, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais e a alteração do Art. 142 da Constituição de 1988, visando afastar qualquer ingerência dos militares na democracia.

“Não temos maioria no parlamento. Precisamos de alianças. Somente será possível implementar nosso programa, contudo, se o nosso campo e o próprio governo forem capazes de criar um clima de mobilização social, que pressione as instituições de fora para dentro, como ocorreu durante a Constituinte de 1988. Mesmo com uma pequena bancada progressista, direitos sociais avançados foram conquistados porque tínhamos um pé na institucionalidade e outro na rua”, argumentou.

Combate ao fascismo

Por fim, Falcão também fez um apelo ao PT para que não deixe de polarizar com a extrema direita. Na avaliação dele, somente “uma contraposição frontal, aguerrida e popular” será capaz de solapar o fascismo e pacificar o país. “Nosso partido deve rechaçar os apelos à despolarização, palavra da moda que significa levar-nos a uma transição efetiva para o centro, com um forte rebaixamento ideológico, programático e organizacional”, definiu.

“A construção de coalizões para vencer as eleições e governar não pode ser vista como contraditória com a disputa pública de hegemonia pelos partidos do campo popular. O partido não pode ser reduzido a um braço institucional do governo de frente ampla”, completou o ex-presidente do PT.

Da Redação

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Last Update: 25/04/2025