DataSenado: Brasileiros apoiam legalização dos jogos de azar, mas com medidas para combater vício

Mais da metade dos brasileiros afirmam ser favoráveis à legalização de jogos como bingos, cassinos e o jogo do bicho desde que paralelamente à adoção de mecanismos para controlar ilícitos, a exemplo da lavagem de dinheiro. É o que revela uma pesquisa divulgada pelo Instituto DataSenado na última terça-feira 22.

Além disso, os entrevistados também concordam com a implementação de medidas para coibir a ludopatia (vício em jogos) e o endividamento. O levantamento foi realizado a pedido do senador Irajá (PSD-TO), relator da proposta que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil. Foram ouvidas 5.039 pessoas maiores de 16 anos em todos os estados, entre 21 de fevereiro e 1º de março.

Cerca de 60% dos brasileiros disseram concordar com o texto em debate na Casa Alta após serem informados da proposta. Os contrários ao projeto representam 34% da população. Outros 6% não sabem ou não quiseram responder. Perguntados sobre o interesse de frequentar ou participar desses jogos, caso fossem autorizados e regulados, 26% demonstraram essa vontade.

Para 50% dos entrevistados proibir os jogos e os estabelecimentos não tem eficácia e não contribui para reduzir a oferta. Enquanto 25% acreditam que o veto ajuda muito na redução, outros 20% consideram que o impacto é moderado. O retorno econômico também é destaque na pesquisa: 58% diz que a legalização ajudaria a aumentar a arrecadação e 44% vê aumento no número de empregos.

Apesar disso, os entrevistados expressaram ter preocupação com o uso dos jogos para cometer crimes e o avanço do vício entre os apostadores.

Cerca de 82% dos entrevistas considera muito importante (65%) ou importante (17%) existirem regras para evitar que as empresas de jogos e cassinos sejam usadas para lavagem de dinheiro e financiamento do crime organizado.

Outra medida presente no projeto, a fiscalização de jogos e máquinas disponíveis em cassinos, como os chamados caça-níqueis, encontra apoio entre os entrevistados: 62% avaliaram a proposta como positiva. A criação de um cadastro nacional sigiloso de pessoas com vício em jogos e cassinos, para que sejam impedidas de jogar e frequentar esses locais, foi apoiada por 54% dos ouvidos.

No caso do endividamento, 77% dos entrevistados apoiar a adoção de medidas para lidar com o assunto.

O projeto que trata da legalização dos jogos no Brasil teve um requerimento de urgência aprovado no ano passado e ainda não foi apreciado no plenário do Senado. A matéria chegou a ser pautada em dezembro, mas sua votação foi adiada.

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