Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a tarifa de 145% sobre produtos chineses é muito alta e que, após um acordo com a China, essas tarifas cairão substancialmente. “Vamos conviver muito bem e, idealmente, trabalhar juntos”, disse. Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que o objetivo dos EUA não é se desvincular da China, apontando que “a guerra comercial é insustentável” e que o conflito será desescalado “muito em breve”. Essas declarações chamaram atenção da comunidade internacional. Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da China respondeu dizendo que, se os EUA realmente desejam uma solução negociada, devem parar com ameaças e chantagens e buscar diálogo baseado em igualdade, respeito e benefício mútuo.
Os efeitos da guerra tarifária iniciada pelos EUA estão se tornando cada vez mais evidentes. O mercado americano tem sido tomado por temores de recessão e inflação. Segundo o Instituto Peterson de Economia Internacional, o crescimento econômico dos EUA deve despencar de 2,5% em 2024 para apenas 0,1% em 2025. Para reverter esse cenário, será necessário rever políticas tarifárias equivocadas. Grupos dos setores agrícola, da construção, manufatura, varejo e tecnologia pressionam a Casa Branca por maior flexibilização das tarifas. Uma pesquisa da CNBC indicou que a maioria considera as tarifas prejudiciais aos trabalhadores, à inflação e à economia em geral.
As declarações dos EUA tiveram impacto imediato no mercado. As ações americanas se recuperaram fortemente, com os três principais índices registrando o melhor dia em duas semanas. O Euro Stoxx 50 subiu 3,24%, e os mercados asiáticos também apresentaram ganhos.
Todos os sinais indicam uma mensagem clara: a comunidade internacional quer cooperação — não confronto — entre China e EUA. Isso reforça que a globalização econômica é uma tendência histórica irreversível e que respeitar regras de comércio internacional é uma aspiração comum. A essência das relações econômicas e comerciais entre China e EUA é o benefício mútuo e a cooperação ganha-ganha — uma verdade reiterada.
A China sempre sustentou que guerras tarifárias não têm vencedores e que o protecionismo é um beco sem saída. A tentativa de “desacoplamento” é um processo de autoisolamento. O erro dos EUA vai além das tarifas elevadas: trata-se da prática de impor restrições e pressão sob o pretexto de reequilibrar o comércio, utilizando tarifas como forma de coerção. As tarifas recíprocas não produziram os efeitos desejados por Washington. A história demonstra que o protecionismo comercial não melhora economias, mas enfraquece o sistema global de comércio e investimentos, podendo até desencadear crises econômicas globais.
China e EUA são as duas maiores economias do mundo. A cooperação econômica e comercial entre elas é extensa, substancial e envolve muitos atores. Diferenças e atritos são naturais. O essencial é respeitar os interesses centrais de cada um e resolver os impasses por meio de diálogo igualitário e sincero.
Se os EUA realmente querem negociar, devem demonstrar atitude correta e sinceridade genuína. Dizer que querem acordo e ao mesmo tempo aplicar pressão máxima não é uma estratégia eficaz — e simplesmente não funcionará.
Ambos são grandes potências, e devem agir como tal. O governo americano menciona repetidamente a necessidade de um “grande acordo” com a China. De fato, um verdadeiro “grande acordo” deve se basear em respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo. Esse é o caminho certo para as relações China-EUA nesta nova era.
O foco das conversas deve ser o fortalecimento do diálogo respeitoso, o gerenciamento cuidadoso das diferenças, o avanço da cooperação em espírito de benefício mútuo e a intensificação da coordenação em assuntos internacionais de forma responsável. Esse é o tipo de “grande acordo” que o mundo espera e a direção em que China e EUA devem trabalhar juntos. Toda a comunidade internacional, inclusive os dois países, sairá ganhando.
Os EUA foram um dos principais defensores das atuais regras multilaterais de comércio, e a China é participante ativa. Essas regras reduziram custos de cooperação internacional, aumentaram a eficiência e promoveram maior justiça no comércio global. As relações econômicas entre China e EUA são vitais não só para os dois países, mas também para a estabilidade e desenvolvimento da economia global.
Como diz um provérbio chinês: “Não apenas ouvimos o que se diz, mas observamos o que se faz.” Espera-se que os EUA avancem com a China na mesma direção, promovendo o diálogo em pé de igualdade e impulsionando juntos o desenvolvimento saudável, estável e sustentável das relações econômicas bilaterais.
Global Times
24 de abril de 2025