Idosos, mas jovens de coração!, por Izaías Almada

Para bons entendidos, algumas palavras bastam

Entre a farsa montada para a prisão do Bozo e o esforço do presidente Lula para criar alternativas de desenvolvimento e melhoria de vida para os mais necessitados, o país vai caminhando numa linha de expectativas e frustrações, onde as redes sociais ganharam um protagonismo que coloca a sociedade brasileira entre o ridículo (grotesco em muitos casos) e a “erudição” da bandidagem.

Em outras palavras: para expressar o que sente em qualquer circunstância, o cidadão brasileiro em sua maioria, mergulhou de cabeça nas redes sociais e se diverte com o autoelogio, com o saudosismo, com o puxa-saquismo, com a liberação da vaidade reprimida, com a mentira e – o que é mais grave – dá sinais de namoro com o pior da vida política brasileira: a ascensão do fascismo travestido de democracia.

A nova Era Digital tem dado guarida ao discurso radical da extrema direita em vários países, entre eles o nosso. Tal discurso acaba por criar uma linguagem própria, uma linguagem para iniciantes e apoiadores à qual devemos prestar atenção.

Julian Assange, libertado finalmente há dias, exorta-nos em seu livro “Cypherpunks” com “a ideia de que o Facebook e o Google seriam, juntos, a maior máquina de vigilância que já existiu, capaz de rastrear continuamente nossa localização, nossos contatos e nossa vida”.

Oliver Stone, brilhante realizador cinematográfico, sobre o livro Cypherpunks faz, entre outras a seguinte afirmação: “é uma leitura emocionante e vital, que explica claramente como o controle corporativo e governamental da internet representa uma ameaça fundamental para a nossa liberdade e democracia”.

E nós, os mais idosos, ainda podemos e devemos participar na resistência ao neo nazifascismo. Muitos de nós nascemos ou vivemos a nossa infância e mesmo adolescência sentindo e vendo os estragos causados à humanidade com a Segunda Guerra Mundial.

Basta que tenhamos um coração jovem e disposto a dialogar e mostrar os horrores de que são capazes os mensageiros do mal fantasiados de salvadores da pátria como Hitler, Mussolini, Franco, Salazar e outros noviços recentes, como um vizinho de nossas fronteiras.

Experiência, confiança, inteligência, exemplo e um coração forte e jovem são ingrediente para os desafios que se apresentam.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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Última Atualização: 04/07/2024