
O governo do presidente Lula (PT) espera que a agenda e a doutrina social do papa Francisco sejam mantidas pelo próximo pontífice, com o conclave mais internacional da história do Vaticano, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
Embora não haja reuniões programadas, a expectativa do governo brasileiro é que Francisco tenha criado as condições para a eleição de um novo papa com uma visão progressista. Com sete cardeais com direito a voto e sendo o maior país católico do mundo, o Brasil visa manter seu peso na Igreja Católica no futuro papado.
Nesta quinta-feira (24), Lula viajará com uma delegação para o funeral do papa Francisco, que ocorrerá no sábado (26), em Roma, na Itália. A comitiva embarca às 22h de hoje e chega à Europa na sexta-feira (25). O retorno a Brasília está previsto para o mesmo sábado, logo após o funeral.
A agenda de Francisco sempre coincidiu com as diretrizes da política externa do Brasil, fortalecendo elementos importantes tanto nos centros de poder quanto em locais mais distantes. Perder esse apoio significaria enfraquecer algumas das principais apostas de Lula na agenda internacional.
Por outro lado, a vitória de um candidato conservador no conclave poderia não apenas estagnar os avanços da agenda progressista, mas também dar base moral a políticas adotadas por grupos de extrema-direita, especialmente durante o governo de Donald Trump.
No Palácio do Planalto, a avaliação é de que o papado de Francisco representou a melhor fase das relações entre o Brasil e a Santa Sé desde o fim da ditadura militar.
Em novembro de 2023, durante um encontro com a diplomacia brasileira, Francisco enviou uma mensagem de “apreço” ao presidente Lula, desejando êxito em sua “tarefa hercúlea”. Na mesma ocasião, o papa também elogiou o governo de Dilma Rousseff, destacando sua honestidade.
Nos últimos dois anos, houve uma intensa troca de cartas entre os governos, mas a relação não se limitou aos encontros entre os dois líderes. O papa fez um raro gesto ao receber o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma visita à Santa Sé. Durante o encontro, fontes afirmaram que Francisco se referiu a Haddad como “ministro humanista”.
Vídeo da semana. Haddad indo avisar o Papa que iria fechar igrejas e perseguir cristãos. Ele foi pedir apoio para taxar super ricos. pic.twitter.com/7ZgmPlRx5o
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) June 9, 2024
As consultas políticas entre o Brasil e a Santa Sé tornaram-se regulares. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e um dos nomes cotados para suceder Francisco, também esteve no Brasil em duas ocasiões nos últimos dois anos.
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