Em 2024, a maior parte dos pedidos de empréstimo pessoal no Brasil teve como principal finalidade o enfrentamento de imprevistos financeiros.
Segundo relatório anual da fintech de crédito Simplic, esse motivo foi apontado por aproximadamente 40% dos solicitantes.
Logo em seguida, 30% dos usuários buscaram empréstimos com o objetivo de quitar dívidas acumuladas.
A procura por crédito para gerar renda extra, como capital de giro ou investimentos pontuais, aparece em terceiro lugar, com 15% das solicitações.
Jovens e trabalhadores de baixa renda concentram maior volume
A análise de perfil mostra que 82% dos pedidos vieram de pessoas entre 24 e 40 anos.
No entanto, o destaque de 2024 foi o crescimento da demanda entre jovens com até 24 anos, que mais do que dobrou em comparação com o ano anterior.
A maioria dos solicitantes atua com carteira assinada, seguida por trabalhadores autônomos.
Mais da metade declarou ter uma renda mensal de até R$ 3 mil.
Sudeste concentra metade das solicitações
A região Sudeste foi responsável por 50% dos pedidos realizados à Simplic.
O Nordeste aparece na segunda posição, com 19% das solicitações, seguido pelo Sul (14%) e pelo Centro-Oeste (10%).
Já a região Norte teve o maior avanço proporcional: o número de pedidos quase triplicou em relação a 2023.
No total, a fintech observou uma alta significativa na demanda em todas as regiões do país, com quase o dobro de solicitações em relação ao ano anterior.
Empréstimo pessoal vira alternativa para enfrentar instabilidade
Para Rogério Cardozo, diretor-executivo da Simplic no Brasil, a demanda por crédito reflete a busca por alternativas em meio a pressões orçamentárias, mesmo com uma taxa média de desemprego em queda — que fechou 2024 em 6,2%, segundo o IBGE.
Ele aponta que o crédito pode ter papel relevante no reequilíbrio financeiro e no incentivo ao empreendedorismo.
“O empréstimo pessoal pode quitar dívidas, fomentar pequenos negócios e complementar a renda tradicional. Com acesso facilitado, até mesmo negativados conseguem crédito, desde que acompanhados por orientação responsável”, afirma.
Cardozo defende que o acesso ao crédito deve ser acompanhado de educação financeira, para evitar o ciclo do endividamento e permitir que mais brasileiros construam um caminho seguro de prosperidade.