
Durante encontro com o presidente do Chile, Gabriel Boric, nesta terça-feira (22), o presidente Lula fez duras críticas à política migratória dos Estados Unidos, especialmente às medidas adotadas durante o governo de Donald Trump. Segundo ele, o presidente norte-americano tratou os latino-americanos como inimigos, mesmo após décadas de contribuição para a construção da economia dos EUA.
“Depois de ajudar a construir a riqueza americana, aparece um presidente que trata eles como inimigos. Latino-americano agora é tudo inimigo. Vai todo mundo embora, que os Estados Unidos é dos Estados Unidos”, afirmou Lula, durante discurso em Santiago.
O pronunciamento ocorreu após a assinatura de acordos bilaterais com o governo chileno. Lula aproveitou o momento para defender uma maior integração entre os países da América do Sul e criticar a postura histórica de distanciamento entre os vizinhos latino-americanos.
Segundo o presidente brasileiro, o Brasil costumava priorizar relações com os Estados Unidos e a União Europeia, negligenciando os laços com os países da região. “Era como se nós fôssemos possíveis inimigos”, declarou Lula, lembrando um episódio relatado por Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, sobre o ensino militar no país vizinho.
“Chávez me dizia que, durante muito tempo, as aulas para os militares da Venezuela indicavam que o Brasil era o inimigo. Não era nem os espanhóis ou os ingleses, era o Brasil”, contou.
Lula também afirmou que essa lógica contribuiu para um cenário em que países sul-americanos desprezavam suas próprias populações mais pobres enquanto buscavam agradar as potências do norte global.
Durante o discurso, ele reiterou seu compromisso com a integração regional e ressaltou que relações entre Estados não devem ser pautadas por ideologias, mas por compromissos institucionais duradouros.
“Eu não quero saber se o meu adversário ali do lado é de direita ou de esquerda. Eu quero saber que ele é presidente de um país, e eu quero manter com ele uma relação de chefe de Estado”, afirmou.
O presidente também defendeu a criação de instituições sólidas na América do Sul, capazes de sobreviver às mudanças de governo e garantir a continuidade da cooperação entre os países do continente.
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