Não passou despercebida a fala do presidente da Câmara, Hugo Motta (foto/reprodução internet), ao afirmar que o foco do Legislativo deve estar em saúde, educação e segurança pública – e não na anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A declaração, dada em São João del-Rei nesta segunda-feira, 21 de abril, durante homenagem a Tancredo Neves, soou como um chamado à responsabilidade, ainda que temperado por um aviso: o tema segue em debate com lideranças partidárias, do Senado e de outras instituições. Entre acenos à moderação e gestos calculados aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta tenta se equilibrar. O curioso é que, mesmo pedindo que os colegas “gastem energia” com pautas prioritárias, ele próprio dedica boa parte da sua a construir uma saída para a proposta de anistia – cuja urgência já tem assinaturas suficientes para ir ao plenário. A pauta divide o Congresso, mas une o novo presidente da Câmara ao velho desafio de agradar a todos.
