O entendimento dos economistas do mercado financeiro é de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano a partir de uma perspectiva de queda na inflação, como aponta o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (22).
A previsão atualizada semanalmente no documento do Banco Central com as indicações de líderes de instituições financeiras é de que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará 2025 em 5,57% – a previsão da semana anterior estava 5,65%.
O teto da meta de inflação (intervalo de tolerância) é de 4,5%, portanto ultrapassaria pouco mais de um ponto caso a estimativa se confirme. No entanto, este sinal de queda vindo do mercado, com os juros se perpetuando em um patamar alto por um longo período, podem ser indicativos de que a inflação tende a convergir para dentro do intervalo estabelecido ao longo dos próximos meses. Para 2026 e 2027, a expectativa do mercado se manteve em 4,5% e 4%, respectivamente.
No acumulado do último ano (últimos 12 meses), a inflação atual está em 5,48%.
PIB
Outro indicador com sinalização de melhora é o PIB. O boletim traz uma projeção de crescimento de 2%, sendo que na semana anterior era 1,98%. Ainda é enxergada melhora no crescimento econômico em 2026, uma vez que a projeção passou para 1,7%, antes estava em 1,61%. Para 2027, o cenário foi mantido em 2%.
Na última atualização do governo sobre o PIB a projeção ficou em 2,3% para este ano e de 2,5% para 2026. O presidente Lula, assim como nos anos anteriores, está esperançoso por números ainda maiores, na casa dos 3% – que de fato se concretizaram
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É importante lembrar que nos últimos dois anos o mercado financeiro subestimou o crescimento econômico do governo Lula e teve que corrigir de forma sistemática as suas perspectivas. Em 2023 o PIB marcou 3,2% (puxado pelo agronegócio) e no passado 3,4% (com a força da indústria e dos serviços).
Juros e dólar
Para a taxa básica de juros (Selic) o cenário se manteve o mesmo para este e os próximos anos entre as atualizações semanais. As instituições financeiras enxergam que a Selic, hoje em 14,25% ao ano, deverá encerrar 2025 em 15%, posteriormente sendo reduzida a 12,5%, em 2026, e 10,5%, em 2027.
A elevação dos juros funciona para controle inflacionário, principalmente em cenário de mercado aquecido, onde sua elevação desacelera consumo e investimentos na medida que encarece o crédito. O contrário também é feito quando é observada a necessidade de movimentar a economia.
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A situação inflacionária nacional tem feito com que os juros permaneçam neste alto patamar em que estão por um longo período. E ainda deverá subir mais, porém em menor intensidade, como já indicou o Comitê de Política Monetária (Copom).
A situação é acompanhada com atenção pela sociedade, pois o quadro pode levar a um ambiente recessivo que pode comprometer os ganhos obtidos pelos trabalhadores nos últimos anos em empregabilidade e renda.
Portanto, a meta fiscal tem servido como uma amarra do mercado financeiro, assim como foi o teto de gastos, para fazer o governo e a população reféns dos interesses do capital especulativo.
Quanto à cotação do dólar (hoje entre R$5,75 e R$5,80), a previsão aponta para o término do ano em R$ 5,90. Para 2026 em R$ 5,96 e 2027 em R$ 5,89.